sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Para inglês e quem mais quiser ver...e ouvir!




Silent Seasons é o nome do primeiro álbum da banda brasiliense Janice Doll. Produzido pela banda e Guilherme Negrão, o álbum traz dez músicas com uma pegada bem alternativa, em outros tempos chamada de new metal. Com influências que variam de Nirvana a Placebo, passando por Queens of The Stone Age, o som tem variações que vão do rock pesado ao mais melódico.
A Janice Doll está no cenário underground desde 2003, quando começou a participar dos primeiros festivais. A banda é formada pelos músicos Paul Hodel (guitarras e vocal), Frank Martins (guitarra) e os irmãos Leo (baixo) e Fábio Krieger (bateria).
Destaque para o baixo em London Please, que abre o CD, e para as músicas Decompressed e No Second Thoughts, que na longa introdução, com 1´26”, mostra bem o entrosamento e pegada do grupo.
Cantando em inglês, é nítido o interesse do grupo no mercado internacional, tanto que Silent Seasons já foi lançado no Canadá e nos Estados Unidos. Daí o fato da banda importar um nome de peso para assinar a produção do segundo disco, que já está no forno, para ser lançado em breve. Intitulado “Leave The Future Behind”, o segundo trabalho da banda foi produzido pelo produtor britânico Stuart Epps, que já trabalhou com nomes como Bryan Adams, Elton John, Oásis e Led Zepelin.
Apesar da qualidade individual dos músicos, o que a Janice Doll apresenta em Silent Seasons não é nenhuma grande inovação musical. Possivelmente também não seja essa a intenção do grupo. Mas resta saber por quanto tempo mais a banda terá fôlego para investir nessa fórmula. De qualquer maneira um som que vale a pena ser conferido e que não deixa nada a desejar. Com certeza para inglês e quem mais quiser ouvir!!!
Mais sobre a banda em www.myspace.com/janicedollband .

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Eles estão chegando


Antes de desembarcar no Brasil para o show do Maracanã, no próximo dia 08 de dezembro, Sting, Andy Summers e Stewart Copeland passam pelo Chile e Argentina. Depois de 25 anos de espera, o The Police volta ao Brasil, em um show repleto de mitos, e muita ansiedade dos fãs: uns dizem que a banda não vai tocar alguns clássicos (algo praticamente impossível e inimaginável), outros dizem que os músicos sequer se olham no palco e que o interesse do revival é estritamente comercial. Até então nenhuma grande novidade.
Mas após alguns shows, dessa mesma turnê, cancelados na Europa por alegação de que Sting teria ficado rouco, os rumores de que a banda talvez nem chegasse à América do Sul aumentaram. No entanto, a chegada é certa. Os ingressos estão quase todos esgotados e o grande palco do futebol se prepara mais uma vez para se tornar o palco da música.
Porém, o que podemos esperar de uma banda que se consagrou, ganhou prêmios e no auge da sua carreira se dissolveu por falta de harmonia e unidade? Em entrevista recente à revista Rolling Stone, Sting disse que a turnê vale a pena enquanto ele estiver se divertindo. Só vamos torcer para que no seu conceito de diversão, esteja inclusa a diversão do público também.
Afinal, por maior que seja a alegria de assistir ao Police, e por mais fã que alguém seja, todo mundo que pagou caro espera que a vinda deles satisfaça os desejos de quem esperou e sonhou tanto tempo por essa oportunidade. Que o profissionalismo britânico seja como a sua pontualidade, e que o show seja tão inesquecível quanto histórico.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Que Rock é esse?!


Inspirado na série de programas exibidos pelo canal Multishow, resolvi embarcar no tema para falar um pouco sobre o rock atual. Num passado não muito distante, ser rocker, ou melhor, “roqueiro”, era sinônimo de rebeldia e atitude. O mesmo que ser membro de uma facção, que no lugar dos rifles, usava os riffs de guitarra, para transmitir uma idéia, uma ideologia e forma de viver. Malucos? Talvez. Mas malucos beleza, como bem cantou o Raul. Hoje mais pedido do que nunca, através do famoso “Tooooca Rauuuuuuull!!!!”.
Mas e o Rock de hoje, é o mesmo? Afinal, que rock é esse que trocou atitude por estilo?

Antes, a atitude fazia o estilo. Para citar apenas um exemplo temos o movimento punk que criou tendências e hoje, por ironia do destino, dita moda. Pois ser Punk é ser fashion. Naquela época, usar roupas rasgadas era conseqüência de muita “botinada” nas rodas de pogo, do perambular em busca de inspirações para mais um ato rebelde, do não fazer nada por falta de grana, inclusive para comprar uma roupa nova.
Hoje, o estilo “faz a atitude”, pelo menos para uma grande maioria. Atitude expressa “nuns pano de marca” e muitas tatoos pelo corpo. Queria ouvir o que diria o Sid, ele mesmo, o Vicious, se ainda estivesse por aqui. Ah, como eu queria saber qual seria a sua reação...

Tudo bem, o Rock mudou. Os riffs, antes tocados com virtuosismo ou mesmo com apenas três acordes cheios de atitude, hoje quase não existem mais. Afinal, hoje temos as pedaleiras com os seus “delays e wah-wahs”, diferente do Hendrix que tirava o som da rocha, na forma de valvulados. As bandas de garagem foram trocadas pelas bandas de estúdio. Toda evolução é bem-vinda, mas que nunca se perca a essência, pois o rock não morreu, e enquanto existir um único maluco a gritar “Toca Rauuuuullll”, dificilmente morrerá. Longa vida ao Rock N’ Roll!!!!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Para Riscar o Salão



Esse é o primeiro post, de uma série que visa divulgar os novos sons do cenário nacional. Aqui vale tudo, de pop-rock ao mais underground, passando pela black Music ou MPB. Fiquem à vontade para mandar o material.

"Trabalhe essa idéia”, primeiro trabalho autoral de Dom Braga, traz um pouco de cada um dos diversos elementos da black music. Soul, funk, jazz, reggae, samba e muita MPB estão presentes em quarenta e dois minutos de um disco dançante, capaz de agradar a todos os gostos.
Muito bem elaborados por toda “A Swingueira Fantástica”, os arranjos demonstram, de forma simples, maturidade musical e criatividade. Segurança é o principal item da música feita por Dom Braga e A Swingueira. Como numa equipe de formigas operárias, cada músico executa da melhor maneira o seu papel, enriquecendo toda a sonoridade do grupo. As letras falam de amor, do dia a dia, problemas, aventuras, histórias curiosas, como em “O camelo do camelô” (com participação de Marcelo Poeta, e que conta a história do roubo da bicicleta de um camelô). De maneira peculiar e com seu jeitão carioca de ser, Dom Braga consegue transmitir seu recado. A voz suwingada, acostumada a comandar as noites cariocas apenas com seu violão, fica ainda melhor ao lado de sua banda.
“No embalo”, música de abertura, já deixa claro que a proposta é fazer com que ninguém fique parado. Lembrando a todos que Dom Braga e A Swingueira chegaram para fazer a moçada riscar o salão. “Imagem” e “Odete” mostram dois lados opostos do cantor. A primeira com um refrão notável de um grande hit e influência de jazz. Já “Odete”, música mais rock do disco, traz um ótimo groove e boa pegada.
Destaque também para “Batuque” (talvez a música mais dançante do disco) com seus excelentes arranjos de metais e “Pode acreditar”, momento reggae com pitadas de dub. Em “Trabalhe essa idéia” também não faltam baladas como em “Soho e Vidigal” (mais uma promessa de hit) e “Vocês conhecem Madureira”.
O disco que já está no mercado chegou como o personagem Zé de “Música de Lavadeira”, sem muita pressa, mas com a certeza de ficar. Um trabalho que merece e deve ser conferido na íntegra!!! Conheça mais o trabalho de Dom Braga em www.dombraga.art.br .

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Morro da Urca revive os bons tempos do Rock Nacional


No cenário que marcou alguns dos principais shows da década de 80, Lobão, Pitty e Frejat abriram a temporada 2008 do Festival Verão no Morro da Urca. O lugar, conhecido por ser um dos principais pontos turísticos do Rio, vai receber até o final da estação mais aguardada do ano, shows de grandes artistas do pop-rock nacional.
Na noite de estréia, Lobão e Frejat, dois remanescentes dos anos 80, dividiram o palco com a novata Pitty. Quem esperava por um show de cada músico com sua banda particular, viu a banda liderada pelo tecladista do Barão Vermelho, Maurício Barros, tocar grandes clássicos do rock nacional, cantados por cada um dos músicos, com direito aos três juntos no final.
Era por volta de meia noite e meia quando o Lobão subiu ao palco. Logo de início ele mandou um dos seus grandes sucessos “Canos Silenciosos”. O refrão (E a noite tá no sangue de hoje, deixa a noite rolar) já deu a entender o que viria pela frente. Irreverente, Lobão surpreendeu a todos tocando Raul Seixas e satisfazendo a ânsia dos fãs que sempre insistem em clamar “Toca Raul!!!!”. Depois disso, ainda atacou de Jorge Ben, mais uma surpresa.
Em seguida, o carioca deu lugar à cantora Pitty. Entre uma careta e outra, a baiana mostrou porque é considerada uma das revelações da nova geração. Quem esperava em ouvir clássicos da Pitty, teve que se contentar em ouvir apenas Deja-vu, música do seu segundo CD, Anacrônico. Inspirada, pelo punk – rock, Pitty foi feliz ao tocar “Até Quando Esperar” do Plebe Rude. “Para mim essa música é um hino que marcou a minha época”, declarou. E levantou o público em “Mantenha o Respeito”, do Planet Hemp, mesmo esquecendo parte da letra.
Quando Frejat subiu ao palco, o público já estava devidamente aquecido. Os acordes de “Por que a gente é assim?”, empolgaram ainda mais a platéia, que não se cansava de tomar mais uma dose, como bem sugere a introdução.
O “grand-finale” não podia ser diferente, e os três cantaram juntos, num encontro inusitado, porém bem afinado. O desfecho foi com “Inútil” do Ultraje a Rigor. Além da decepção, de quem esperava ouvir mais músicas de cada um dos três cantores, quem foi à Urca saiu sem ouvir Legião Urbana. Uma injustiça, num show que passeou pelos principais nomes do Rock Nacional de 80. Ainda assim, o show animou quem esteve por lá.
Outro ponto positivo ficou por conta da qualidade do som e da produção do evento, que garantiu o estacionamento gratuito e organização tanto para subir quanto descer de bondinho ao final do evento. Talvez isso justifique o alto preço dos ingressos.