quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Gil 70 é um passeio imperdível pela vida de um dos maiores ícones da música brasileira

Foi aberta nesta terça-feira - e vai até o dia 28 de outubro - a exposição “Gil 70”. A mostra, organizada e concebida pelo poeta e designer gráfico André Vallias, é um verdadeiro passeio pela vida e pelo trabalho de um dos maiores ícones da música brasileira: Gilberto Gil.

Ao todo são 21 trabalhos, que vão desde pinturas e grafites, até vídeos, fotografias, esculturas, poesia visual e instalação interativa. As diferentes manifestações artísticas trazem em comum a inspiração nas músicas e/ou na vida de Gil. Além de uma concepção muito caprichada, a exposição impressiona pela riqueza de detalhes. Entre tantos itens que encantam durante a visita, vale destacar o painel de abertura, com um acervo fotográfico com imagens do cantor desde os primeiros dias de vida.

Participam da exposição 25 artistas, poetas, videomakers, músicos, cineastas, programadores e designers: Carlos Adriano, Ricardo Aleixo, Arnaldo Antunes, Lenora de Barros, Vivian Caccuri, Adriana Calcanhotto, Augusto de Campos, Ivan Cardoso, Antonio Dias, Eduardo Denne, Bené Fonteles, Lula Buarque de Hollanda, Jarbas Jácome, Gabriel Kerhart, Raul Mourão, Carlos Nader, Antonio Peticov, Gualter Pupo, Omar Salomão, Daniel Scandurra, Ariane Stolfi, André Vallias, Caetano Veloso, Andrucha Waddington e Luiz Zerbini.

Serviço:
Exposição: “GIL 70”

Abertura: 28 de agosto, ás 19h (para convidados)
Visitação: 29 de agosto a 28 de outubro de 2012 – ter a dom, das 12 às 19h – GRÁTIS – Class. Livre
Local: Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro) - 2253-1580
Realização: Centro Cultural Correios
Projeto patrocinado pela Petrobras, Correios e SulAmérica Seguros através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Apoio cultural: Centro Cultural Correios

sábado, 25 de agosto de 2012

Lenine apresenta novo show no Theatro NetRio


O projeto Dia de Biscoito, no Theatro Net Rio, traz ao Rio de Janeiro o cantor Lenine, nos dias 27, 28 e 29 de agosto.

Com direção musical do próprio Lenine, em parceria com Bruno Giorgi e JR Tostoi, o show tem em cena os três num espaço repleto de instrumentos e equipamentos eletrônicos responsáveis por reproduzir os ruídos orgânicos que permeiam nove das dez faixas do disco, como “Chão” (Lenine / Lula Queiroga), “Envergo mas não quebro” e “Isso é só o começo” (Lenine/Carlos Rennó).

Chão é considerado um show intimista, mas se vale de uma grande estrutura de som e luz - o dobro do equipamento utilizado para apresentações das turnês anteriores. Esse novo espaço sonoro criado pelo sistema quadrifônico trouxe, naturalmente, a possibilidade para Lenine dar protagonismo ao ruídos, vozes e áudios de sua discografia - como as referências a Caju e Castanha na composição “A Ponte”, do álbum O Dia em Que Faremos Contato. Sucessos indispensáveis como “Jack Soul Brasileiro”, “Leão do Norte” (Lenine/Paulo César Pinheiro) e Paciência (Lenine/Dudu Falcão) também ganharam versões nesta nova atmosfera.

Chão, produzido e tocado por Bruno Giorgi, JR Tostoi e por Lenine, é o décimo álbum de carreira do cantor e compositor. Numa evidente opção estética – instigada pelo canto de um pássaro, que invadiu a gravação de uma das faixas - o trabalho revela-se “eletrônico, orgânico e concreto”, com dez músicas inéditas, imersas na delicada intimidade de ruídos sem edição.

SERVIÇO:
DIA DE BISCOITO – LENINE

Theatro Net Rio – Sala Tereza Rachel. Rua Siqueira Campos, 143 – Sobreloja – Copacabana. (Shopping Cidade Copacabana).
Ingresso: R$ 80,00 (Plateia) / R$ 60,00 (balcão) – Idosos, estudantes, assinantes O Globo e NET têm 50% de desconto.
Data: 27, 28 e 29 de agosto.
Horário: 21h.
Telefone do teatro: 21 2147 8060 / 2148 8060
Site: www.theatronetrio.com.br

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Quando é que a música fica pronta?


É uma pergunta curiosa, não? Bem, em toda minha vida já consegui a façanha de fazer duas músicas. Simplezinhas, tadinhas, mas saíram... assim, assim.

Quando consegui encaixar a letra na melodia tive aquela sensação de trabalho concluído. No dia seguinte, porém, voltava aquela dúvida de que tinha de mexer em mais alguma coisa: um acorde, um detalhe melódico, umas palavras.

Em resumo,  compor música não seja tão diferente de escrever um texto. A gente sente quando ela ganha uma estrutura de algo finalizado, mas se volta a lamber a cria, sempre vai achar que tem algo faltando.

Escrever é assim. Nunca fica pronto. Sempre que voltarmos a ele teremos o que cortar, acrescentar, mudar. Somos nós que precisamos decidir o momento de dizer: Chega, terminei!Somos nós que precisamos cortar o cordão umbilical para que a cria deixe de ser parte de nós e passe a ser do mundo.

Acho que isso é o mais difícil, não? Enquanto não está pronta, é nossa. Enquanto está inacabada, é passível de melhorias. Enquanto não concluímos, podemos alimentar em nós mesmos a ilusão de que chegaremos, quem sabe um dia, à perfeição.

Pronta, ela passa a não ser mais só minha. Ela é publicável. Visível, permitindo que outros deem a ela sua interpretação, cargas de sentido que nós nunca imaginaríamos, perdemos o total controle sobre a coisa criada. Ahhhh, isso dói! Estará lá, exposta a todos... para ser lembrada, enaltecida, criticada ou esquecida, mas será do mundo, não mais nossa.

Quantas crias você tem aprisionadas na gaveta ou num arquivo esquecido do computador? Quantos fantasmas escondidos, implorando pela libertação? Quantos pontos finais em suspenso, esperando o alívio do papel? Se a criatura cria dor, o criador a cria atura. Liberte-a, liberte-se!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

OQuadro: Rap sem limites

Falar do hip-hop baiano sem citar o trabalho dessa galera de Ilhéus é tão inevitável quanto falar do Vaticano sem citar o Papa.  Do início das atividades em 1996 até os dias de hoje muita água rolou. A cena musical mudou, tendências passageiras surgiram, artistas abriram mão de suas ideias e muita gente ficou pelo caminho. Mas alheios a qualquer modismo ou chuva passageira, OQuadro segue inabalável, na ativa, e mais vivo do que nunca. Além das influências distintas - que vão do rock ao dub, passando pelo jazz, ragga e ijexá – o grupo traz na bagagem o aprendizado de todos os anos na estrada, tocando no mais underground dos guetos ou no teatro Castro Alves.

E o resultado do primeiro (e tão aguardado, diga-se de passagem) disco da banda não poderia ser outro: música de primeira linhagem, que transcende ao comum e foge de qualquer clichê. O CD homônimo traz 11 músicas, como as clássicas “Evolui (Bem Aventurados)”, “Balançuquadro” e “Planeta Diário”.  Gravado no estúdio da produtora Coaxo do Sapo e mixado pelo produtor e engenheiro de som, Buguinha Dub, o álbum conta com participações importantes como de Guilherme Arantes, da rapper Lurdez da Luz e do Mc Dimak.

Vitor Irregular (batera), Rans, Freeza e Jef (vocais), Jahgga (percussão), Rico (baixo / EFX) e Rodrigo Dalua (guitarra / sinth) fazem valer cada acorde e cada rima, cada efeito e cada batida. Se fosse necessário definir tudo em uma sua palavra, sem dúvida feeling seria a melhor delas. Os moleques do litoral sul baiano cresceram cantando a verdade e mostrando que 16 anos não são 16 dias, afinal “bem aventurados os que não morrem estagnados e bem ditos sejam os que evoluem”.

 Clique aqui para ouvir o disco na íntegra.