Músicos na política e política na música sempre foi um bom tema para uma roda de amigos. Se aqui no Brasil teremos Tiririca, Leandro do KLB, Tati Quebra- Barraco, Reginaldo Rossi, só para citar alguns que vão concorrer a cargos públicos no próximo pleito, no Haiti a situação não é diferente. Desta vez Wyclef Jean anunciou que vai se candidatar às eleições presidenciais de novembro em seu país.
Jean, que não reconheceu ter ambições políticas, reivindicou sua liderança no movimento Face a Face, que pretende solucionar com a participação dos jovens os problemas fundamentais da sociedade haitiana. Sua missão é atrair investimentos, criar empregos e promover a educação, explicou.
Após o devastador terremoto que assolou a nação caribenha em 12 de janeiro deste ano, Wyclef Jean mobilizou seus colegas artistas para que reunissem fundos, e apareceu precisamente no programa de Larry King para pedir ajuda aos americanos e à comunidade internacional. Sabe – se lá se tudo isso foi feito com segundas intenções, mas é inegável que não tenha sido uma grande atitude.
Por aqui os interesses, ao menos é o que parece, são outros. Afinal, não temos terremotos, apesar de muitas vezes as enchentes causarem estragos semelhantes. Mas o que leva a tantos músicos, ou quase músicos, buscarem uma posição na Câmara Estadual ou Federal? Dinheiro fácil? Oportunismo? Difícil de julgar...
Mais difícil ainda é crer que artistas que, diferente do que fez Wyclef Jean (não só na esfera musical como também política), possam realmente tornar-se representantes do povo. É quase que impossível emancipar a imagem do Tiririca da Florentina de Jesus, ou da Tati Quebra-Barraco do pancadão carioca, que responde por funk. Pior ainda vai ser levar a sério qualquer câmara que tenha alguns dos nomes nacionais citados acima representando o povo. Com todo respeito ao grande Tiririca e seus colegas da música, mas como já diz o ditado “cada macaco no seu galho”.
Por Marcus Vinicius Leite e André Sant´Anna
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