segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Biografia: Lobão abre feridas do passado

Pra quem não conhece o personagem desse livro, vai uma dica: cantor, compositor, guitarrista,controverso, produtor e recentemente apresentador de TV, João Luíz Woerdenbag Filho. Ou simplesmente, Lobão. Em recente biografia recém-lançada, o músico relata as experiências familiares e expõe problemas que perduram até hoje em sua vida: relação com os pais, o mundo da música e seus conflitos.

Hoje, aos 53 anos, o músico reúne histórias na volumosa autobiografia Lobão – 50 Anos a Mil, lançada neste final de semana.

O livro foi escrito com o jornalista Claudio Tognolli, que fez a pesquisa factual: compilava notícias publicadas nos últimos 30 anos, recolhia os inúmeros processos judiciais que Lobão teve de responder, entrevistava outros personagens. O material jornalístico vem intercalado em capítulos à parte que, segundo Lobão, estão lá “pra ninguém dizer que sou louco e estou inventando história’’.

Lobão conta que escreveu 871 páginas de memórias. Jogou fora dois terços delas na edição final.

– Me tratei como um personagem. No começo, estava seguindo um caminho mais existencialista. Depois, optei pela velocidade e intensidade. Como se fosse Indiana Jones – afirma.

As aventuras do mocinho se confundem com a do bandido. Incluem um período de três meses na cadeia, condenado por porte e consumo de drogas. E, após a saída da prisão, uma relação íntima com traficantes e marginais nos morros cariocas.

– O livro inteiro sou eu morrendo muitas vezes, de várias maneiras. E depois, me reinventando – diz.

É mais que isso. A partir de sua trajetória turbulenta, Lobão traça um painel daquela geração da música pop brasileira, construída e consagrada entre o final dos anos 1970 e meados dos 1980.

Percorrem o livro, entre tantos, Marina Lima, Ritchie, Cazuza, Lulu Santos, Evandro Mesquita, os Titãs, a Gang 90, Herbert Vianna. Os desentendimentos com este último mereceram espaço generoso. Lobão coleciona uma série de histórias que, segundo ele, comprovam uma “obsessão’’ do líder dos Paralamas do Sucesso por sua pessoa – incluindo plágios e sabotagens.

Lobão – 50 Anos a Mil termina quando o cantor chega a São Paulo para morar, em 2008. É vida nova, talvez... quem sabe?


Serviço
50 Anos a Mil, de Lobão e Claudio Tognolli. Nova Fronteira. 752 págs. R$ 59,90
Por: Marcus Vinicius Leite

3 comentários:

  1. cara, vivi os anos 80, nessa época completei á maioridade, no sentido amplo geral e irrestrito.
    nessa época, lobão era o "HARRY HALLER", da nossa geracão!!
    hoje, século 21, lobão, não passa de "lobotomizado e pasteurizado", da sub-idiota mtv tupiniquim.
    e tenho dito.

    CÉSAR.

    ResponderExcluir
  2. Tenho 46 anos e vivi bem essa fase das novas bandas começandovi os paralamas tocarem no radar tantã e ninguém dar a mínima eu olhava porquê tb tocava e queria ver que tipo de intrumentos eles tocavam enquanto os outros ficavam dançando sem nem olhar pra eles como se fosse num barzinho e vi os titãs sendo vaiados no Acre Clube porquê só tinham uma música e tocavam cover dos Beatles e aí era só vaia. Sobre o Lobão o que chegava pra mim era de um cara vindo dos estados unidos com um certo status entendo bem o lobão gosto dele pelo que já vi e li e escutei atualmente depois de uma entrevista na globo news passei a admirá-lo ele pode ser um sinônimo dessa vida maravilhosa que é uma merda porquê essa vida é uma merda justamente por ser maravilhosa redundância ou não o Lobão pode ser a síntese da vida ou uma das.....

    ResponderExcluir
  3. Tenho 48 anos e tambem vivi esta epoca. Me lembro bem de um dia em que fui ao Radar Tantã com um amigo, naquela epoca iamos somente para dancar e dar una roles, e pudemos presenciar em seu pequeno palco uma ainda desconhecida banda cujo cantor se chamava Lobão. Fiquei dancando bem na frente da banda e o Lobão bem jovem ainda cantava berrando bem na minha frente. Quando o anunciaram achei o nome inusitado, mas ele era um artista ainda desconhecido.

    ResponderExcluir