O cantor Lobão rebateu nesta terça-feira as críticas quanto sua participação no Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier (138 km de São Paulo).
"Neguinho ainda fica ofendido, ultrajado com algum comentário diferente daquilo que está determinado", postou em seu Twitter.
Lobão se referia à matéria publicada pela jornal Folha de S. Paulo hoje sobre o bate-papo que o cantor teve com o público do evento na tarde de domingo. "Não aguento gente frouxa", desabafou.
Pelo relato do repórter Marco Rodrigo Almeida, na Ilustrada da Folha de hoje, o compositor e cantor pirou de vez. De crítico da indústria da música e do regime militar, no passado, ele hoje se converteu num direitista bravateiro.
Entre aplausos e vaias, ele classificou a esquerda brasileira de “gente rancorosa e invejosa". No auge de seus devaneios, Lobão afirmou que há “um excesso de vitimização na cultura brasileira... Essa tendência esquerdista vem da época da ditadura. Hoje, dão indenização para quem seqüestrou embaixadores e crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas".
Segundo a matéria, o cantor disse que não gostou da versão que João Gilberto fez para "Me Chama", de sua autoria, e fez críticas à esquerda no Brasil, chegando a ser vaiado por participantes. Ao falar de Chico Buarque, disse que "a dita MPB é de uma mediocridade galopante". "O subtexto seria: o que eh que esse roqueiro de merda tem pra falar desses monstros sagrados?...eles não aprendem...", disse sobre a nota.
Lobão aproveitou para defender o que foi dito no evento. "A grande inadaptação a minha conversa é que ela não admite flacidez da alma, coisa das mais corriqueiras, infelizmente", escreveu.
Em janeiro deste ano, o músico participou de um caloroso bate-papo no programa Transa Louca, da Rádio Transamérica. Nos estúdios da emissora para divulgar seu livro "50 Anos a Mil", Lobão envolveu-se em uma discussão sobre jabá, qualidade musical e a culpa das rádios de massa pela mediocrização do gosto musical brasileiro. Ouça:
Nenhum comentário:
Postar um comentário