terça-feira, 30 de março de 2010

Festival leva Circuito Fora do Eixo a São Paulo

Espalhados pelos quatro cantos do país, uma rede de produtores, artistas e divulgadores possibilita a circulação de shows e discos de bandas independentes durante todo o ano, da Amazônia aos pampas gaúchos. A troca de informações e serviços entre os membros dessa teia fez com que o Circuito Fora do Eixo se tornasse referência na nova produção musical brasileira ao amparar-se em conceitos de empreendedorismo e economia solidária.

Os tentáculos do Fora do Eixo – criado no final de 2005 e que hoje inclui 59 festivais, 46 veículos de comunicação independentes, além de moedas complementares como Cubo Card e Goma Card – agora se estendem a capital paulista na forma de festival que pretende mostrar a força de expressões artísticas produzidas longe das metrópoles – e que têm ganhado projeção e reconhecimento nacional. O Festival é uma ação da Agência Fora do Eixo (agenciaforadoeixo.wordpress.com) que, com um escritório em São Paulo, irá auxiliar as bandas na gestão de suas carreiras. Durante cinco dias, o público paulistano poderá conferir apresentações de nomes celebrados como Macaco Bong (Mato Grosso), Burro Morto (Paraíba) e Porcas Borboletas (Minas Gerais), ao lado de novas promessas – entre elas, Nevilton (Paraná), Mini Box Lunar (Amapá), Caldo de Piaba (Acre), Calistoga (Rio Grande do Norte) e Facas Voadoras (Mato Grosso do Sul). Reforçam a escalação do Festival Fora do Eixo (festival.foradoeixo.org.br) convidados ilustres, como Jards Macalé, Cabruêra (Paraíba) e Canastra (Rio de Janeiro). As apresentações acontecem de 6 a 11 de abril, nas principais casas de show da cidade. Também integram a programação workshops, espetáculos de teatro e intervenções artísticas realizadas nas ruas e em locais que vão sediar o Festival.

Mãos à obra
Com mais de 120 shows realizados pelo Brasil só no ano passado, o trio instrumental Macaco Bong é a banda símbolo da movimentação Fora do Eixo. Desde o lançamento de seu álbum de estreia, Artista Igual Pedreiro, um dos mais celebrados de 2008, os cuiabanos passaram por concorridos palcos das capitais e desbravaram estradas pelo interior do Brasil, de pequenos bares aos mais prestigiados festivais do país (e não só – foram também à Argentina e ao Canadá), sem medir esforços para levar seu potente show à variadas plateias.Graças ao ímpeto de aproximar-se do público, as bandas do Circuito têm despertado novos fãs e a atenção da imprensa cultural. Jovens, articulados e talentosos, encaram rotas improváveis país afora. O caminho que levou a promissora banda Nevilton, de Umuarama (PR), à edição deste ano do festival Abril Pro Rock, em Recife, por exemplo, inclui incontáveis apresentações por remotas cidades paranaenses, como Alto Piquiri e Toledo – muitas vezes, à bordo de um velho Fiat Uno.

É também pela internet que esses grupos se fazem ouvir, seja por meio de mídias sociais (notadamente, Facebook e Twitter) e parcerias com blogs, ou do bom e velho boca a boca. Articulados em rede, fazem da arte força motriz para fomentar cenas locais. Artista Igual Pedreiro, título do álbum da Macaco Bong, é como um manifesto dessa geração que, além de compor e tocar com esmero, se envolve na produção e promoção de shows e eventos em suas cidades – como é o caso da trupe do Mini Box Lunar, que realiza, desde 2008, o Festival Quebra-Mar, em Macapá, e mantém o selo Poliphonic Records (ottotakk.blogspot.com). A integração da música com outras expressões artísticas é outra face importante da atuação dos coletivos espalhados pelo país. Bastante evidente nas apresentações dramatizadas do combo Porcas Borboletas, no Festival o teatro e as artes visuais ganham espaço em programação paralela. Na Oficina Cultural Oswald Andrade, sexta (9) e sábado (10), os coletivos Macondo (RS), Colméia Cultura (SP) e Enxame (SP), e os grupos parceiros GUTE (Grupo Urucum de Teatro Experimental), Núcleo de Pesquisa Teatral Santa Víscera, TRIO e UHUU, promovem workshops e peças teatrais.

Na Casa de Cultura Digital (Rua Vitorino Carmilo, 459 – Barra Funda), em três dias consecutivos (entre 9 e 11 de abril), sempre das 14h às 17h, o público tem acesso (com entrada franca) às mostras de artes visuais organizadas por artistas e produtores culturais da Sala Dobradiça (saladobradica.blogspot.com), de Santa Maria (RS). São duas instalações: “Sala D”, plataforma de exposição virtual de trabalhos artísticos, do Circuito Fora do Eixo, e aberta a cadastro de novos artistas interessados em mostrar seu talento; e “Ações dos Coletivos de Arte”, encontro de grupos artísticos ligados à cena independente, como o Pakerenháquenhá Musical, que apresenta espetáculo de música livre, com ênfase na música indígena, e o Coletivo Esquizotrans (esquizotrans.wordpress.com), cujo trabalho pauta-se na discussão da sexualidade.

Domingo (11), a partir das 21h, agentes culturais, bandas e produtores se reúnem na festa de encerramento do Festival, que acontece no Neu Club (Rua Dona Germaine Burchard, 421 – Água Branca). O público também pode participar – a entrada custa R$ 10.

Após a etapa paulistana, o Festival segue com alguns shows no interior do estado e, em maio, aporta no Rio de Janeiro. As datas, locais e atrações serão anunciadas no site www.festival.foradoeixo.org.br.

Um comentário:

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