|
Prata, Marceleza e Bruno |
Seis anos depois do último disco de estúdio (O Som que vem da Luz do Sol – 2005) e o Maskavo prepara o lançamento de “Maskavo Sem Parar”, sétimo álbum de estúdio da banda. O disco, que será lançado depois do carnaval, terá 13 faixas inéditas. Dessa vez, Prata, Marceleza e Bruno inovaram na produção e decidiram gravar o álbum de maneira diferente dos trabalhos anteriores, no sistema home Studio.
O VitrolaNews “bateu um papo” via e-mail (viva a tecnologia!) com o guitarrista Prata, que nos falou um pouco sobre a história e o momento atual do Maskavo, além de dar alguns detalhes do novo disco. Confira.
VN - O Maskavo passou por algumas transformações desde início e você é o único remanescente da formação original, como é pra você levar a banda e seguir na estrada depois de tantos anos e mudanças?
Prata - A banda mudou de formação bastante nos anos 90, mas depois se estabilizou. Eu, o Marceleza e o Bruno já estamos tocando juntos desde o ano 2000. Temos um tecladista, o Felipe Passos, que está conosco desde 2005. Acho que quando um integrante da banda sai, o importante não é pensar em um substituto, e sim em alguém novo pra somar aos que estão. Acho que é preciso sempre pensar no caminho musical a ser trilhado para não perder a identidade com os fãs com o passar dos anos e a cada disco lançado.
VN - Além de você, Marceleza e do Bruno, quantos músicos acompanham a banda nos shows? É mais fácil administrar conflitos, compor e levar a banda com menos gente?
Prata - Nos shows, além de nós 3, levamos também o baterista Naná Aragão e o tecladista, maestro e professor, Felipe Passos. No começo em 1993 éramos em 7 cabeças pensantes, fazíamos tudo em grupo. No ano 2000 com a banda em 4 pessoas, Marceleza (vocal), Prata (guitarra), Bruno Prieto (baixo) e Quim (bateria) também fizemos muita coisa só os quatro, apesar de o Marceleza ser mais interprete do que compositor. Mas sempre trazemos alguns parceiros pra trabalhar na composição. Já participaram o Dudu Vasconcellos, irmão do Quim, Carlos Gurgel, um grande amigo da banda. Também já gravamos musicas de outros compositores, como Tato do Falamansa e Fauzi da Tribo de Jah. Pro nosso próximo disco tem uma parceria minha com Marcelo Mira e outras com Felipe Passos, o nosso tecladista, pegamos música com Breno Brites, irmão gemeo do Bruno Prieto.
VN - A saída do Quim foi amigável?
Prata - Foi sim, eu conheço o Quim desde a escola, estudamos juntos no terceiro ano. Ele já estava com outros interesses, queria montar um estúdio e deixar um pouco a estrada de lado. Toquei com ele por 16 anos. Quem está na bateria é o Naná Aragão, fizemos testes com vários baterista e a pegada forte e precisa dele se encaixou perfeitamente na banda.
VN – Fale um pouco sobre “Maskavo Sem Parar”, novo disco da banda.
Prata - Para esse novo trabalho a gente ousou bastante na forma de gravar. Já vínhamos a tempo conversando entre nós da possibilidade de gravarmos em casa, pra tentar fugir daquele esquema tenso de estúdio. Tudo com a intenção de pegarmos um modo de tocar diferente do usual. Quando ficamos sabendo que o Black Eyed Peas fazia assim, pensamos “porque não tentar também?” Contamos com a ajuda de um produtor, o Sérgio Miranda, na programação das baterias e mixagem, que foi indicado pelo Bruno Prieto. As guitarras e teclados fizemos no meu home estúdio, Baixo e vocal no estúdio do Bruno e as baterias e mixagens no estúdio do Sérgio. O que é mais curioso é que fica um em cada cidade, São Paulo, Brasília e Lisboa, tudo feito via internet. Depois masterizamos tudo no Midas-SP, com o Lampadinha. Acho que para quem conhece nosso trabalho vai notar que o som ficou mais brasileiro, apesar de termos usado bateria eletrônica em 12 das 13 faixas do álbum. Tem músicas para vários momentos, desde os hits para rádio, até faixa com voz e violão. Estamos correndo pra lançar o disco após o carnaval, essa época de férias tudo anda em outro ritmo.
VN - O que os fãs podem esperar do novo disco do Maskavo?
Prata - Fizemos tudo com o maior carinho, sabemos da importância que temos na vida de várias pessoas. Várias destas acompanham o Maskavo há muito tempo. Então o disco traz tudo que um fã do Maskavo pode esperar. Músicas com energia positiva em alta, letras elaboradas com o maior cuidado e melodias para não parar de cantar. Já estamos tocando algumas ao vivo e a resposta é melhor do que esperávamos, acho que vamos tocar quase todo esse disco ao vivo!!!
O primeiro single do novo álbum “Toda Brasileira” já pode ser conferido no myspace do grupo.
VN - Em relação ao momento atual da música, você acha que hoje é mais fácil levar a música profissionalmente com as facilidades como internet, onde dá pra divulgar o som, gravar?
Prata - Com certeza vivemos um momento em que a tecnologia a acessível a todos. É possível gravar em casa, como fizemos, usando recursos próprios. Mas é bom lembrar que o diferencial não é o equipamento, e sim quem controla ele. Como já estamos nesse negócio a um bom tempo sabemos onde queremos chegar com a escolha de timbres, interpretação e mixagem. A internet também é um ótimo lugar pra divulgação, rápido, barato e eficiente. Mas é bom levar em conta que é importante ter talento e saber chamar a atenção das pessoas. Fazer boas parcerias também é essencial.
VN - Ensaiar, gravar, ter uma gravadora era antes o sonho de todo músico/banda, hoje a história mudou um pouco já que muitas bandas acabam saindo de uma gravadora para voltar a ser uma banda independente. Isso é uma tendência?
Prata - Nesse meio acontece de tudo, uma banda pode muito bem se virar sem gravadora, mas terá que trabalhar bastante. Ou seja, a banda vai ter que, além de ensaiar, criar, trabalhar como uma gravadora também, divulgando, fazendo contato com fábricas, lojas, sites, etc.
VN - O Maskavo conhece bem os dois lados que é estar num grande selo e também ser independente. O que vale mais a pena hoje?
Prata - O que vale comentar é que independente de qual lado você esteja, vai precisar de uma boa canção. Um letra bem escrita casada com uma melodia inspirada faz você chegar em qualquer lugar. Com isso você consegue shows, espaço em rádios, jornais e na internet. Então é preciso ter em mente que a qualidade da música e saber para onde enviar sua música é que abrirá portas.
VN - Por fim, como você avalia as novas mídias e redes sociais como ferramenta de divulgação da sua música?
Prata - Importantíssimas. Participamos do twitter, orkut, facebook, myspace e flickr, além de termos nosso site. Não dá pra participar de todos se não fica muito disperso. Mas os números de acesso, o que se fala ajuda muito na divulgação e no interesse de empresários na hora de marcar um show. E são meios que são rápidos, para saber da vida de qualquer artista é só entrar na internet que está tudo lá.
Mais informações sobre o Maskavo em
http://www.maskavo.com.br/ e
www.myspace.com/maskavooficial .