Assinar o nome artístico em uma folha de papel e entregá-la ao fã não é mais um gesto inocente de simpatia e gratidão. O autógrafo virou negócio na internet e envolve um grande mercado no qual não faltam falsificadores, compradores, leiloeiros e mercenários. A coisa funciona mesmo como um grande negócio: envolve valor agregado, falsificação, licenciamento e lucro. Estima-se que somente os artigos assinados por esportistas movimentem US$ 4 bilhões anuais.
Na grande rede, existem bolsas de compra e venda. Sites como eBay e Mercado Livre vendem milhares de itens autografados – nem todos autênticos. Compradores e colecionadores já foram enganados. Astros do esporte e da música já sofreram prejuízos. Michael Schumacher evita ao máximo e Ringo Starr simplesmente não autografa mais nada. O baterista, de 70 anos – ficou de saco cheio de ver sua assinatura vendida como mercadoria. E também não abre mais correspondências enviadas pelos fãs - um povinho muito chato - convenhamos.
Certa vez, Alex Ferguson, treinador do Manchester United proibiu seus jogadores de dar autógrafos. Apoiado pela direção do clube inglês, ele denunciou que uma verdadeira “indústria de autógrafos” se estabeleceu no mundo - um mercado explorado por oportunistas que vendem autógrafos em sites da internet, especialmente em leilões eletrônicos. Lula – ao contrário - deu uma camisa autografada da seleção brasileira para Obama e galgou vários degraus da escala atingindo o status de “o cara”.
Este que escreve essas mal traçadas linhas tem discos autografados - autênticos - de Peter Gabriel e Ian Anderson. Lá em casa quase deu divórcio quando, numa mudança, dona patroa jogou fora o livro “O sanfoneiro do riacho da Brígida” autografado pelo Luiz Gonzaga, o “Atlas” do Arnaldo Antunes e uma folha de papel assinada pelo Zico. Mas o amor supera certas dificuldades.
Por Claudio Carneiro
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