Se para alguns fãs que viram o Pearl Jam na primeira passagem pelo Brasil, em 2005, a espera pelo reencontro durou seis anos, para outros foram necessários longos 20 anos para ver de perto a melhor banda de Seattle.
Quando as luzes da Apoteose se apagaram, às 20h30, e finalmente Eddie Vedder (vocal e guitarra), Stone Gossard e Mike McCready (guitarras), Jeff Ament (baixo), Matt Cameron (bateria) e Boom Gaspar (teclado) subiram ao palco, nem o mais fanático admirador do grupo poderia imaginar o que estaria por vir.
É bem verdade que a expectativa – aos menos para os trintões - era quase que unânime em relação aos hits do disco de estreia “Ten”, que em 2011 completa duas décadas. Como quase sempre acontece, o grupo abriu a noite com uma música mais light. "Unthought known", do álbum mais recente “Backspacer”, foi a escolhida para o começo de um show inesquecível.
Difícil destacar o melhor momento. Mas se alguém ainda tinha algum receio de que aquela seria uma grande noite, os acordes de “Even Flow”, primeira música do “Ten” a ser executada e oitava do set list, acabaram de vez com qualquer desconfiança.
Em 2h30 Eddie Vedder e companhia mostraram porque o Pearl Jam é um dos grupos mais respeitados de sua geração. A ação do tempo sobre os quarentões seria imperceptível se não fosse por alguns cabelos grisalhos, algumas rugas e um breve intervalo antes dos dois longos “bis”. Alheios à idade, os músicos continuam com a mesma vitalidade, demonstrando que ainda sentem muito prazer em tocar. Músicas como "Rearviewmirror", “Why Go”, “Jeremy”, “Alive” e “Do The Evolution” ainda são tocadas com a mesma perfeição, assim como “Better Man” “Black”, “Daughter”.
Fiéis, os fãs cantaram cada uma das trinta músicas tocadas na noite - incluindo os covers "I Believe in Miracles" (Ramones), "Rockin' in the Free World" (Neil Young) e "Mother" (Pink Floyd) - e não arredaram o pé antes que todos os refletores fossem acesos determinando o fim da apresentação. Para as 35 mil pessoas que foram ontem à Apoteose difícil mesmo será resumir tudo em uma só palavra. Memorável, inesquecível, sensacional, qualquer um dos adjetivos cairá bem a uma noite única que fez valer cada ano de espera para um tão sonhado (re) encontro.
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