quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

“Dingonbél” nada!!!


Todo ano é a mesma coisa quando chega o mês de dezembro. Natal, comércio enfeitado, o apelo capitalista para atrair os compradores, e, é lógico, Papai Noel. Mas também é daí que me vem uma das lembranças mais engraçadas e marcantes. Impossível não lembrar, nesta data, dos versos urrados, em cima de três acordes, “Papai Noel F.D.P. rejeita os miseráveis”!!!!!
Foi com esse espírito que, no final dos anos 70 e início dos anos 80, surgiu na região do ABC paulista uma das principais bandas punks do país: Garotos Podres.
Influenciados pelo movimento Punk que estava no auge à época, os Garotos subiram ao palco pela primeira vez em Santo André, num evento que reuniu vários grupos de vários estilos musicais em prol do Fundo de Greve dos Metalúrgicos do ABC. Nada mais oportuno para uma molecada que queria rasgar o verbo e detonar o sistema.
O primeiro álbum, clássico do punk, é até hoje uma grande referência musical. Do disco "Mais Podres do que Nunca" saíram, com o perdão do trocadilho para uma banda punk, hits como "Johnny", a já citada "Papai-Noel Filho da Puta", "Maldita Polícia".
Depois daí a banda seguiu lançando novos discos (Pior que Antes – 1988, Canções para Ninar – 1993, Rock de Subúrbio - LIVE! – 1995, Com a Corda Toda – 1997, Live In Rio – 2001, Garotozil de Podrezepam 100mg – 2003) e tocando em todo o cenário underground nacional, tornando-se referência de atitude e protesto.
Hoje os Garotos cresceram, mas seguem fazendo o que gostam e aquilo que desde o início atraiu mídia e o público: letras politizadas e irônicas, carregadas de sarcasmo e humor negro.
Apesar de fazerem parte da história do rock do país, os músicos nunca sobreviveram de música, todos os integrantes têm outras atividades que lhes garantem o sustento e a sobrevivência da banda. Mas o melhor disso tudo é que no sub-mundo continuam com a liberdade para fazer música da maneira mais livre e que bem entendem. Dessa forma, o Papai Noel, que “nunca esquece de ninguém”, jamais será esquecido também por qualquer um de nós, Garotos Podres ou não.

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