segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Quanto vale o show?


A indústria fonográfica vive uma crise como nunca se viu antes. É cada vez mais comum notícias como “a gravadora tal fechou as portas”, ou então “juntou-se a outra gravadora”. Essa crise, que surgiu junto com o aumento da pirataria, criou um outro fenômeno, com conseqüências ainda piores, e um reflexo direto no bolso de quem é ligado à música: o alto preço dos ingressos.
Hoje é quase impossível assistir a um bom show por um valor acessível. Em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília, o ingresso para a apresentação de um artista do grande time nacional não sai por menos de 20 reais. Isso pagando meia-entrada, nos lugares mais baratos. Se for um artista internacional, o ingresso mais em conta não custa um valor inferior a 50 reais, a exemplo dos últimos grandes shows: Roger Waters (R$ 55,00), Incubus (R$ 55, 00) e The Police R$ 65,00 (valores para meia-entrada). Preços que podem chegar facilmente a casa dos 500 reais, em determinadas ocasiões.
Mas quanto, efetivamente, vale um show? É claro que esses eventos movimentam e demandam grandes esforços financeiros e de pessoal, já que empregam pessoas e empresas. Mas num país onde a sede por cultura é crescente, os esforços para a democratização da música ainda são ínfimos. Afinal, o empresário não pensa nisso quando cobra o ingresso. Mesmo que na grande maioria das vezes o cachê do artista já esteja garantido, graças às gordas cotas de patrocínio.
Falta bom senso e muita boa vontade para que os preços caiam, as casas de show lotem e a música chegue a quem mal tem oportunidade de sair de casa. Enquanto isso não acontece, cada um se vira como pode.
Alguns ainda conseguem se dar ao luxo de comprar um CD original e ir aos shows, enquanto para muitos, a opção é comprar um CD pirata no lugar do verdadeiro, ou baixa-lo na internet. Assim, quem sabe, dá para pagar caro e ver o ídolo no palco.

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