Não eram nem seis horas da tarde e quem passava pelos arredores da Praça da Apoteose já podia ver um bando de caras pintadas, com línguas de fora. Adolescentes, adultos, coroas, pais e filhos e casais numa grande congregação do rock. É bem verdade que o público não chegou nem perto do que compareceu para prestigiar o Iron Maiden (as arquibancadas ficaram vazias). Mas para isso também há outras explicações: o show foi em plena quarta-feira, ingressos caros e datas próximas de um show para o outro, além de ser às vésperas de um feriado prolongado.
Sorte de quem enfrentou o meio da semana, chuva, os preços altos e pode comparecer. Gene Simmons, Paul Stanley (remanescentes da formação original), bem acompanhados pelo guitarrista Tommy Thayer e o baterista Eric Singer cumpriram a promessa e não decepcionaram. Nem a forte chuva que caiu no meio do show foi capaz de atrapalhar.
Seguindo praticamente o mesmo roteiro da apresentação de São Paulo, os americanos subiram ao palco por volta das 21h40 e logo de cara foram emendando um clássico atrás do outro. "Deuce" e "Strutter" (do primeiro álbum, "Kiss", de 1974) serviram com cartão de visita, se é que eles precisam de um. Tudo, claro, com muitos fogos e explosões de fogo no palco. Realmente um show.
Daí em diante, o público já estava nas mãos dos quatro “cavaleiros satânicos”, (como eles foram muitas vezes rotulados no início da carreira, mas que na verdade de satânicos não tem nada). Não ficaram de fora do repertório músicas como “Got to Choose”, “Hotter Than Hell”, Nothin' to Lose”, “C'mon and Love Me” e claro “Rock and Roll All Nite”, maior hit da banda, que fechou a primeira parte do show. Sem dúvida se apresentação terminasse aí o público já voltaria para cara satisfeito.
Ainda que os fãs mais radicais critiquem a ausência dos outros membros originais Ace Frehley e Peter Criss, vale destacar que a formação atual talvez seja a melhor que o grupo já teve. Super entrosados e muito carismáticos, os quatro músicos deram ao público carioca tudo aquilo que todo fã espera de um show: uma mega – produção, com excelente qualidade de som e luz, efeitos especiais e hits, muitos hits.
A segunda parte e última parte do show foi um verdadeiro arrasa quarteirão, apesar de bem mais curta. “Shout It Out Loud”, “Lick It Up”, “I Love It Loud”, “I Was Made for Lovin' You” e “Detroit Rock City” encerraram uma apresentação com quase duas horas de duração. Mesmo sem acontecer o vôo de Gene Simmons, içado por cabos, e Paul Stanley, que desliza por uma tirolesa (talvez por causa da chuva), o público foi para casa de alma lavada, literalmente.
Se eles fazem tudo isso por dinheiro ou não, pouco importa. Afinal, como eles mesmos dizem “o Kiss realmente faz valer cada centavo investido no ingresso”.
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