Show do Radiohead em SP vira caso de Justiça

Em cima do palco foi tudo perfeito. Som, iluminação e a performance inigualável de Thom Yorke, Ed´O Brien e companhia. Mas quando as luzes dos olofotes se apagaram após o show do Radiohead no último dia 22 de março em São Paulo, o que se viu foi um festival de irregularidades e desorganização. As queixas são as mais variadas possíveis. Saídas mal sinalizadas, piso irregular, falta de orientação e segurança para o público.

Os relatos sobre os problemas ocorridos deram origem a uma representação recebida esta semana pela Promotoria de Justiça do Consumidor, no Ministério Público do Estado de São Paulo. De acordo com o site “Último Segundo”, a queixa fala do risco de “um desastre” que poderia ter ocorrido ao final do show, quando cerca de 30 mil pessoas deixaram o local por uma única saída – “um corredor longo e bastante estreito, mal iluminado, com piso irregular, sem orientação nem supervisão de seguranças”.

Ainda segundo o site, o autor da reclamação, o jornalista Eduardo Nasi chama a atenção também para o fato de que os ingressos foram recolhidos na catraca. Assim, escreve ele, “os consumidores, em caso de problema real, ficaram sem prova alguma de que estiveram na Chácara do Jockey”, na noite do evento.

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A denúncia, que ainda deve repercutir muito, leva a uma reflexão de quem costuma ir aos grandes shows que chegam ao Brasil. Vale a pena pagar caro para correr risco? Nem sempre os lugares escolhidos para a apresentação dos artistas internacionais são ideais para receber grandes públicos. Muitas vezes o que se vê são empresas preocupadas apenas com a capacidade do local, deixando de lado toda a logística necessária para a chegada e saída do público. Acessos, estacionamentos, meios de transportes, nada disso é levado em consideração, gerando tumultos como o que aconteceu também em São Paulo, durante o show do Iron Maiden este ano, no autódromo, quando 65 mil pessoas compareceram ao show e enfrentaram dificuldades semelhantes às enfrentadas pelos fãs do Radiohead.