sábado, 11 de dezembro de 2010

Em tempo: confira como foi o show do Rhapsody of Fire em São Paulo


O texto é um pouco grande, mas vale a leitura do registro de um fã vendo pela primeira vez o Rhapsody of Fire. Apesar do atraso de alguns dias no review (vale lembrar que o show aconteceu no dia 05 de dezembro, em SP) a resenha a seguir, feita por Danilo Gutierrez merece ser conferida. Esqueça a imparcialidade, o que você vai ler a seguir é o registro apaixonado de um fã da banda.

“A ansiedade era enorme. Apesar de ter acordado tarde naquele dia, a vontade de sair correndo pra pegar um bom lugar era enorme; por mim, não teria nem almoçado (valeu pela insistência dona Lúcia!). O dia estava chuvoso, mas não me preocupei, não parecia que iria chover forte. Saímos pro lugar do show com alguma antecedência, um bom lugar era essencial depois dos quase 900 km rodados pra ver a banda. A chuva continuava fina, mas não incomodava. Chegando a casa de shows, uma fila que dobrava o quarteirão nos aguardava, mas nada que desanimasse. Tomamos nosso lugar no fim da fila, ainda acompanhados pela chuva. 16h30m. Os portões seriam abertos as 17h30m. A chuva apertou, mas graças à destreza e precaução feminina, tínhamos um guarda-chuva (valeu Fê!), que rapidamente se tornou inútil tamanha a força da chuva. Capas de chuva! Isso! Compramos três delas, mas os pés continuavam se molhando pela água que caia forte do céu. Sempre me perguntei como pessoas ficavam ilhadas por enchentes, como era possível não sair antes da água chegar. Pois é, descobri da pior forma; a água começou a subir rapidamente e logo a rua tinha virado um rio. Por sorte, estávamos numa calçada mais alta e não ficamos com os pés submersos, mas cada carro que passava fazia ondas que batiam em nossos joelhos. 18h20m e ainda na fila, na chuva, com a água subindo e sem previsão de abertura dos portões. Pelo menos, agora a chuva deu uma trégua, e a água começou a baixar rapidamente.

Finalmente! Portões abertos! A fila começou a andar rapidamente e logo estávamos dentro. Conseguimos lugar a direita do palco, a uns 3 metros dele. Falando em palco, como era pequeno! Parecia que não iria comportar toda a energia da banda. E o tempo pára. Simplesmente não anda. A ansiedade pelo início do show tomava conta, enquanto uma zeladora limpava uma goteira encima do palco. 19h. Nada do show começar, o DJ tocando músicas de gosto duvidoso, a galera ficando impaciente... 19h30m. As luzes se apagam, o coração pára, gritos ecoam pelo lugar. Parecia mentira, a banda que eu ouço a anos, que nunca pensei ver desse lado do atlântico, ali, a poucos metros de mim. Uma sinfonia começa a tocar... Claro! Dar Kunor! Um a um, a banda sobe ao palco. Alex, Dominique, Patrice, Alex, Luca, Fabio. A gritaria era mais alta que o som do palco! A agitação era geral, a banda saudava o público, e logo começa a melodia de Triumph Or Agony! O coração dispara, os punhos sobem e a voz soa alto, quase como um coral! A música termina, mas é seguida sem pausa por Knighrider Of Doom! Os vocais poderosos do Lione com a execução primorosa da música pela banda toda levaram quem esperava poucas músicas dos primeiros CDs (eu!) ao delírio. Os quase 2000 presentes cantavam juntos! O momento de “descanso” apreciando a belíssima melodia de The Village Of Dwarves foi proposital, porque a porrada de adrenalina que os presentes tomaram logo na introdução de Unholy Warcry foi enorme! A casa tremeu! Aposto que foi nela que minha voz acabou de vez! Dava pra sentir a energia do lugar! A narração no meio da música, a iluminação, tudo sincronizado pra causar uma experiência única a quem estava ali, que nessa hora já se encontrava em êxtase. Lione volta a cantar, os tons começam a subir e logo o monstro Turilli começa um dos solos mais bem trabalhados da banda, cheio de arpejos! O cara parece ter 12 dedos em cada mão! Uma pena o solo original ser enorme e a banda preferir executar somente parte dele, mas nada que tirou a letra da ponta da língua de cada um naquele lugar.

As luzes se apagam novamente, e mais uma belíssima melodia ecoa em Guardiani Del Destino, seguida da ótima On The Way To Ainor, com destaque para o baixo do Patrice. Um bem executado solo de bateria anima a galera, mas o que estava por seguir não tem descrição com palavras. Aquela música, a primeira que eu ouvi da banda, aquela que todos em casa sabem a letra, aquela que eu cantarolava pelos cantos, aquela que, se possível fosse, teria enjoado de tanto ouvir. Essa mesmo, sendo executada a poucos metros de mim, me fez berrar a plenos pulmões GLOOOOOOOOOOOOOOOORIA, GLORIA PERPETUA!!!!! Era Dawn Of Victory! O coração veio na boca, a letra veio na língua, mas a voz não acompanhava a empolgação do momento. Todos cantavam juntos, e dava pra perceber um sorriso no rosto de cada um encima do palco olhando a multidão cantando junto. Quando a música acabou, a alegria da banda em tocar era visível. O expressão do Lione ao conversar com os fãs era das mais empolgadas, era a hora certa de uma das músicas mais belas da banda: Lamento Eroico. Deu pra ver muito marmanjo chorando nessa parte, choro esse que logo cessou com os vocais poderosíssimos da introdução de Holy Thunderforce. Uma pequena pausa, a iluminação muda e logo Dark Frozen World está tocando, anunciando a incrível Sea Of Fate, que apesar de ser do último CD da banda, estava na ponta da língua do público. Um excelente solo de baixo do Patrice acalmou o público com bem executados two hands e slaps perfeitos, mas logo essa calmaria acabou novamente com a surpresa da clássica The March Of The Swordmaster. As luzes se apagam e a banda deixa o palco, mas uma melodia começa a tocar e logo todos percebem que é The Frozen Tears Of Angels que a banda toca, numa belíssima iluminação azulada.

O fim se aproxima, a banda deixa o palco, mas o público ainda quer mais, e as vozes pedem em uníssono EMERALD SWORD, EMERALD SWORD, EMERALD SWORD! Parecia que a banda não ia voltar, mas Alex volta pra bateria e Fabio diz “Vocês pediram, e vão ter! Emerald Sword!” TODOS começaram a pular e cantar junto, mais alto que o próprio Lione! Um momento que todos os presentes vão lembrar por muito tempo ainda! A banda então deixa o palco definitivamente e termina um dos melhores shows do ano. Claro que nem tudo foi perfeito, o lugar era pequeno, o som ficava por vezes estridente demais e a banda tocou “apenas” 17 músicas, pouco pelos nove anos sem pisar em terras brasileiras. O setlist foi perfeito para a ocasião; com certeza alguém saiu querendo “aquela” música em especial, pudera, numa história tão bem sucedida em que todos os CDs foram sucesso entre os fãs, um ou outro “hino” iria ficar de fora, mas em linhas gerais, um show que entrou pra história e vai ficar na lembrança de todos os presentes.”

Por Danilo Gutierrez

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