sábado, 2 de agosto de 2008

Guitarras distorcidas e Hardcore marcam a primeira noite do Porão do Rock 2008


Em sua 11ª edição, o Porão do Rock comprova por que é considerado um dos maiores festivais de música independente, ou não, do país. Apesar de tantas mudanças em onze anos, no início o festival era gratuito, começou na concha acústica, e segundo os mais críticos privilegiava mais o som pesado, o Porão alcançou uma fórmula que o mantém forte e vivo no circuito dos grandes shows nacionais.

Mesmo com a cobrança de ingressos, o evento ainda atrai um grande público. E este ano não foi diferente. Antes das 17 horas, horário de abertura dos portões, já era possível ver a aglomeração de pessoas chegando, sempre em pequenos bandos, para não perder um acorde da primeira noite do evento. “Essa é a micareta do Rock, todo ano estou aqui”, bradou o estudante, Rômulo Azevedo, de 18 anos. Ele e mais um grupo de amigos veio preparado para encarar a noite. Nas mochilas traziam mantas e agasalhos para encarar o frio, biscoitos, além do inseparável garrafão de vinho. “Só vamos sair daqui depois do Suicidal”, declarou, entusiasmado e disposto a ficar até o fim da noite.

E com certeza Rômulo e as quase doze mil pessoas, segundo a organização do evento, que comparecem ao Porão, não se decepcionaram. Para quem reclama, e até mesmo parodia o evento, outrora intitulado “Porão do Pop”, dessa vez não teve do que reclamar. A primeira noite foi marcada por muito hardcore, guitarras pesadas e baterias enfurecidas.

Apesar do atraso no início dos shows, a primeira noite agradou em cheio aos amantes do hardcore, metal e suas diferentes variações. No palco pílulas vale destacar a participação dos brasilienses do Moretools, com seu death metal porrada, além das bandas Podrera (DF) e Maldita (RJ), com seu “rock show de horrores performático”, que no mínimo diverte, se não assusta. Se é que ainda tem alguém que se assusta com sangue falso e caretas.

Mas a maioria das atenções estavam mesmo voltadas para o palco principal, por onde passaram Sayowa (SP), Vougan (DF), Almah (SP), Lesto! (DF), Nitrominds (SP), Mukeka Di Rato (ES), Macakongs 2099 (DF), Madame Saatan (PA), MQN (GO), D.F.C. (DF), Matanza (RJ) e Suicidal Tendencies (EUA).

Figurinhas carimbadas do Porão e do público, DFC e Macakongs mais uma vez mostraram a cara do hardcore de Brasília. Já o Matanza e os estreantes da noite, os paraenses do Madame Satan e Mukeka Di Rato souberam agradar e preparar o público para o tão esperado show da noite.
E era quase 3 da madrugada quando Mike Muir e companhia subiram ao palco para a alegria de quem ficou até o final. Em meio à molecada skatista, era possível ver muitos veteranos que também não quiseram perder o show da banda americana, que emplacou um hit atrás do outro. O vocalista do Suicidal, como sempre, não parou no palco e interagiu com o público, sem decepcionar quem resistiu ao frio e a longa maratona de shows. Na área vip, muitos músicos que tinham se apresentado durante a noite também curtiam a banda, que sem dúvida continua a ser uma grande referência. E para terminar em grande estilo, a banda fechou com “Pledge Your Allegiance”, literalmente liberando o palco para o público! Agora é descansar por que hoje tem mais. E que venha mais uma noite de Porão!

*Colaboram com a cobertura do Porão do Rock: Júnior Lisboa e Manuel Neto.
** Foto: Equipe Porão do Rock.

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