segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Evanescence encerra Maquinária com pop gótico

A sina do segundo dia de apresentações se repete na edição de 2009 do Maquinária Festival, que aconteceu neste domingo (08.11), na Chácara do Jockey, em São Paulo. Nem a presença do Evanescence conseguiu ao menos igualar o público da primeira noite de shows. Outra semelhança que remete ao evento de 2008 é a mudança de público, que no sábado era formado majoritariamente por metaleiros veteranos, atraídos por bandas como Deftones e Faith No More. No domingo o gramado foi tomado por uma plateia bem mais jovem, alguns inclusive acompanhados dos pais.

Mesmo assim o cronograma seguiu no horário e os grupos não decepcionaram aqueles que compareceram ao encerramento desta edição do Maquinária.

Duff McKagan's Loaded
A banda norte-americana Loaded abriu o palco principal com a faixa título de seu último álbum, Sick, lançado no início deste ano. Além do som rápido, seu grande atrativo é o vocalista Duff McKagan, outrora baixista do Guns n' Roses, banda cuja influência é clara na Loaded.

Apesar de boa parte do público desconhecer o repertório do show, o estilo hard rock do conjunto conseguiu animar parte dos presentes, que levantaram as mãos e bateram palmas na maioria das vezes que o cantor pediu - e não foram poucas.

Para ajudar a ganhar a empatia da plateia, um roadie malandro correu pelo palco com uma bandeira do Brasil logo no início da apresentação, deixando a mesma alocada em um dos amplificadores.

"Vocês sabem o que significa mulher bonita?", perguntou Duff em inglês, oferecendo a canção "So Fine" para as moças que se encontravam próximas do palco. Logo depois foi a vez da sua versão de "Attitude", canção do Misfits que o músico já cantava em sua época de baixista.

Porém, por mais que as músicas da Loaded tenham entretido o público, só mesmo a cover de "Easy", do Guns n' Roses, conseguiu botar a plateia para pular no final da apresentação.

Dir an Grey
Com duas guitarras pesadas e um vocal que alternava entre o melódico e o gutural, o grupo japonês Dir an Grey fez sem dúvida o show mais alto e pesado do dia, dando a impressão de que a produção tivesse aumentado o volume dos amplificadores em sua potência máxima.

Se para muitos as canções pareciam enigmáticas, para um grupo de fãs que colou na frente do palco cada acorde inicial das músicas era recebido com gritos e muita empolgação.

Apesar dos braços tatuados e cabelos jogados na cara, nada chamava mais a atenção do que o baixista Toshiya, que usava um tipo de vestido negro e tocava segurando seu instrumento na vertical, dando passos bem abertos a todo o momento.

Panic! At The Disco
Da mesma forma que ocorreu com o Faith No More na noite anterior, a chuva começou a cair segundos antes da banda entrar no palco. Mas isso não assustou os fãs que aguardavam pelo vocalista Brendon Urie com bexigas vermelhas em formato de coração.

"Na noite passada experimentei uma caipirinha e achei bem melhor do que as feitas nos Estados Unidos", confessou o cantor, dizendo ainda que as pessoas no Brasil também eram mais bonitas.

Infelizmente o ritmo da apresentação foi quebrado constantes vezes, pois ao término de quase todas as canções a banda soava meio perdida, como se esperasse por algo para só aí engatar a próxima música.

Em outro momento de descontração, Urie perguntou ao público se alguém conhecia um bar da região onde fosse legal ficar bêbado. "Eu quero conhecer a noite daqui", afirmou.

Entre os sucessos tocados estavam "Build God, Then We'll Talk", "I Write Sins Not Tragedies" e "New Perspective", parte da trilha sonora do filme "Garota Infernal".

Antes de encerrar o show com "Mad as Rabbits", o vocalista apresentou os novos membros do grupo e afirmou que aquele teria sido o melhor concerto que a banda já fez até o momento. Um retorno ao país, de acordo com Urie, deve acontecer em breve.

Evanescence
Sem a chuva para atrapalhar, a banda da vocalista Amy Lee abriu o último show do Maquinária Festival com "Going Under", levantando o aglomerado de fãs que havia se juntado à espera de seus ídolos.

E aí São Paulo?", perguntou a simpática cantora arriscando um pouco de português, que ela posteriormente se desculparia por não saber falar.

Para susto geral da plateia, após a segunda canção o show foi interrompido por problemas técnicos - era possível ouvir o chiado nos amplificadores. Aproveitando a pausa Amy agradeceu ao pessoal que acampou na porta do Jockey para vê-los e revelou ter assistido as apresentações do faith No More e Sepultura no sábado.

Com o problema solucionado o Evanescence tocou "Sweet Sacrifice" diante de uma plateia onde a0 menos metade dos presentes assistia à banda pelas telas de seus celulares e câmeras digitais.

Com a entrada de um piano de cauda no palco, a cantora acomodou-se e disse que tocariam algumas músicas que foram pedidas pela internet, que foram "Missing", "Lithium" e "Good Enough" - esta última apenas com Amy nos vocais e piano.

Educada, a vocalista desculpou-se por não entender o português e assegurou aos fãs brasileiros que eles não são fãs comuns da banda. "Vocês são especiais e nós viemos por causa de vocês", garantiu. Para o bis o Evanescence guardou o hit "My Immortal" e "Your Star".

Palco MySpace
Apesar da diferença gritante de altura do som se comparado ao do palco principal, o palco MySpace cumpriu sua tarefa e entreteve a plateia que aguardava os grandes nomes do evento.

Entre os destaques do dia vale mencionar a banda emo Hori, cujo vocalista Fiuk deve integrar o elenco da série adolescente "Malhação", e o grupo uruguaio Silicon Fly, que pregou a consciência ambiental em sua apresentação.

Mas quem roubou a cena do palco secundário foi o power trio canadense Danko Jones, que entrou após a trilha do filme "Intocáveis" e despejou um rock sujo de primeira no público, com letras sobre sexo oral e temas afins.

Fonte: iG Música

Nenhum comentário:

Postar um comentário