terça-feira, 3 de novembro de 2009

Valeu a pena ter fé

Em 20 de janeiro de 1991, um quinteto californiano, até então pouco conhecido em terras brasileiros, roubou a cena com uma apresentação arrasadora, fazendo um mistura de ritmos que ficou bem conhecida nos anos 90. Era o Faith No More,uma das bandas mais consistentes e criativas do rock americano. Sua fusão de heavy metal, rap, rock progressivo e pop deu muita liga.

Depois de encerrar as atividades em 1998, o conjunto voltou à ativa este ano e agora retorna ao Brasil para uma série de apresentações.

A banda se apresenta em Porto Alegre (3), no Rio de Janeiro (5), em São Paulo (7) e em Belo Horizonte (8) com a sua "The Second Coming".O retorno do FNM também registra um espécie de volta à década passada, em que as esquisitices sonoras começaram a ser bem-vistas. Em São Paulo, o Faith toca sábado no festival Maquinária, ao lado do grupos que tiveram expressividade na década de 90, como Deftones e Jane’s Addiction. No mesmo dia, outro grande evento na capital paulista, Planeta Terra, também coloca no palco bandas que marcaram os anos 90, como Primal Scream e Sonic Youth.

Foram necessários 11 anos para que Mike Patton (voz), Billy Gould (baixo), Jon Hudson (guitarra), Mike Bordin (bateria) e Roddy Bottum (teclados) deixassem as divergências de lado e aceitassem tocar juntos. Essa formação é a mesma do disco Album of The Year (1997). Antes, o guitarrista era o esquisito Jim Martin. Para os fãs, a oportunidade de ver os caras em ação é como uma bênção.

Uma das marcas do FNM sempre foi a energia em palco, um dos motivos de a banda ser apontada como o melhor show do Rock In Rio 2. Quando Patton entrou em cena, em 1991, em um show que foi transmitido para todo o Brasil pela Rede Globo, com o cabelo raspado embaixo com uma parte cumprida toda para um só lado, já mostrava que havia algo de novo no ar. E não era só no visual, pois o som trazia elementos de funk, metal, rap, entre outros.

Esse caráter experimental é obra, principalmente, de Patton, que entrou para a banda no fim dos anos 80. Antes, quem fazia os vocais era Chuck Mosely, que gravou dois discos. Boatos dão conta de que até Courtney Love cantou no FNM até encontrarem Patton, então do Mr. Bungle, grupo que já flertava com bizarrices sonoras. Além das extravagâncias musicas, o vocalista gosta de barbarizar em ação. Em um show recente, pegou o cadarço de um tênis jogado ao palco e o enfiou goela abaixo para depois puxá-lo de volta.

Enquanto o FNM estava parado, ele seguiu com suas ideias de músicas pouco convencionais em projetos como Fantomas, Lovage, Peeping Tom e Tomahawk. Mesmo com o sucesso do retorno, o FNM não pretende gravar um novo álbum. Logo, o jeito é aproveitar para curtir os caras vendo o que eles fazem de melhor: tocando ao vivo. Ao contrário do que diz o nome da banda (Fé Nunca Mais), quem foi que disse que não valeu a pena levar fé no tão aguardado retorno.

Faith No More no Brasil

Porto Alegre
Quando: terça (3), às 21h30
Onde: Pepsi on Stage, Av. Severo Dullius, 1995, tel. 0300-7896846
Quanto: R$ 90 a R$ 340

Rio de Janeiro
Quando: quinta (5), às 21h30
Onde: Citibank Hall, Av. Ayrton Senna, 3000, tel. 0300-7896846
Quanto: R$ 150 a R$ 300

São Paulo
Quando: sábado (7), às 21h30
Onde: Maquinária Festival, Chácara do Jockey, Av. Pirajuçara, s/nº (altura do 5.100 da av. Francisco Morato)
Quanto: R$ 200

Belo Horizonte
Quando: domingo (8), às 20h
Onde: Chevrolet Hall, Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savasi, tel. 0300-7896846
Quanto: R$ 140 a R$ 200

*Por Marcus Vinicius Leite – Jornalista, gaúcho de Uruguaiana-RS, 26 anos. Já foi cabeludo e já cantou em coral. Agora está barrigudo, mas (segundo ele mesmo) até que não está tão mal. Atualmente é colaborador do Whiplash e do VitrolaNews. É repórter da All TV em Brasília. Nas horas vagas é trombonista e redator de Standup.

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