Marisa Monte salva o Prêmio Multishow 2009

Numa noite promovida para celebrar os melhores nomes da música nacional, o que vimos, na verdade, foi um desfile decadente de pobres nomes da atual música brasileira. Com raríssimas exceções, é claro. Mas no geral, a 16ª edição do Prêmio Multishow de Música Brasileira não fugiu ao óbvio.

Em meio a piadas sem graça, muito estilo, pouca atitude e muito gel no cabelo da moçada EMO, o Prêmio reflete, com fidelidade, a carência que vive a música do país. Ou, na verdade, a falta de espaço para tantos bons nomes que temos no cenário independente. A premiação deixa a dúvida se é mesmo feita para e pelo público, ou para a alegria das gravadoras. Ao todo foram entregue prêmios em onze categorias: cantor, cantora, grupo, revelação, instrumentista, show, música, videoclipe, CD, DVD de música e TVZé.

Mas nem tudo está perdido. Marisa Monte, que concorria a três prêmios foi a grande vencedora da noite, levando os títulos de melhor cantora e melhor DVD, pelo registro "Infinito Ao Meu Redor". Outros merecidos vencedores foram: Seu Jorge (melhor cantor), Skank (melhor clipe, com "Ainda Gosto Dela"), Vanessa da Mata (melhor música, com "Amado") e Capital Inicial (melhor show).

Vale destacar, também, as presenças salvadoras de Gilberto Gil, João Barone, e da pequena, mas muito justa homenagem a Raul Seixas, que nesta semana é lembrado pelos 20 anos de sua morte.

Por outro lado, o prêmio é um verdadeiro equívoco ao escolher como melhor grupo nacional Fresno (quem???!!!!) e NX Zero (melhor CD, com “Agora”). Isso sem falar no prêmio Revelação, entregue à Banda Cine (se isso é o que temos de melhor revelando-se no país, estamos mesmo muito mal das pernas). Antes tivessem dado o prêmio à Mallu Magalhães que, apesar de chata, ainda traz consigo alguma originalidade.

Bem, só me resta mesmo parafrasear o velho Raul, “Pare o mundo, que quero descer”.

Foto: Agência agi9