Nesses tempos de pré-Rock in Rio, respira-se música enchendo os pulmões de ar e prendendo a respiração – como se seguissemos as instruções de um operador de raio X. Assim foi em 85, na primeira edição do evento. Antes daquele janeiro de muita lama e loucuras, poucas bandas haviam se aventurado em terras tupiniquins: só mesmo Genesis, Rick Wakeman, Santana, Jethro Tull e um trio de meninos que despontavam - chamado The Police - enfrentaram a terrível acústica dos velhos Maracanazinho e Ibirapuera.
A pauta hoje não são as bandas que vieram ao Brasil. Mas aquela que não veio. Da lista de suicídios, acidentes, prisões, overdoses e surtos que marcaram a maioria dos grupos de rock, é mais fácil ranquear aqueles que nada sofreram: uns dois ou três somente. Mas, convenhamos, o inglês Def Leppard abusou das tragédias – superado apenas pelos Mamonas Assassinas e pelo Lynyrd Skynyrd.
De contrato assinado para participar do primeiro Rock in Rio, a banda sofreu um revés em dezembro de 84: o baterista Rick Aleen teve o braço esquerdo inteiramente amputado em um acidente de carro. A um mês do concerto no Rio de Janeiro, o jeito foi cancelar a participação e promover uma retirada do palco por quatro anos. Para quem não sabe, Rick Allen vai muito bem, obrigado. Ele desenvolveu uma técnica especial para tocar o instrumento que sofreu adaptações para os pés, visto que não pode tocar caixa, surdo, tontons e pratos, tudo com o braço direito sozinho. Que lindo final feliz, não é mesmo? Que nada. O pior vem agora: o alcoolismo matou o guitarrista Steve Clark em 91.
Desgraças à parte, vale ver a única banda que tem um baterista de um braço só tocando pra valer. Tá cheio de videos deles no Youtube. Fui.
Por Claudio Carneiro
E o que me diz do Allman Brothers?
ResponderExcluirAbraços!!