quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Sons que não voltam mais – Parte II
Despedaçando muralhas e quebrando barreiras, assim foi o Rodox em sua curta carreira. Estreito e Rodox, os dois discos do grupo liderado pelo ex-Raimundos Rodolfo Abrantes mostrava que a banda tinha muito mais a oferecer. Letras inteligentes e uma pegada fora do que estamos acostumados a ver no cenário atual, repleto de baboseiras. Talvez por este fato, de vivermos um momento em que as gravadoras se abrem cada vez mais para os “NX Zero” e “Fresno” da vida, é que o término repentino do Rodox tenha sido motivo de tamanho pesar.
Completavam a formação, ao lado de Rodolfo, Fernando Schaefer na bateria, Patrick Lapan no baixo (depois substituído por Canisso), Bob no samples, Marcus Arduany e Pedro Nogueira nas guitarras.
Enquanto no primeiro disco “Estreito” houve espaço para baladas e hardcores, o segundo e último trabalho da banda “Rodox” parecia que os músicos tinham achado a sua essência, peso, com influência eletrônica e hip-hop.
Apesar de ainda ter alguns poucos resquícios do pop “alà Raimundos”, o disco era quase que o tempo todo uma “sonora massa pesada”, aliados a uma temática para cima e positiva, que demonstravam a nova fase vivida pelo vocalista da banda desde a sua conversão ao protestantismo. Destaque para o peso que os músicos conseguiram extrair nas músicas “Incinerador”, “Truth” e Inflexível e para o excelente cover “Exodus”, de Bob Marley, na qual os rugidos de Rodolfo (e das guitarras, e da bateria) afastavam qualquer lembrança da versão original.
Mas o melhor do Rodox ficou para quem teve o privilégio de vê-los ao vivo, onde o grupo conseguia uma performance invejável, sem parar um minuto no palco. E faziam das suas músicas e de alguns covers, como Alive do P.O.D, uma espécie de cama elástica capaz de fazer qualquer um pular sempre mais alto. Pois bem, 1000 megatons faixa que fechava o último álbum da banda talvez fosse um presságio de que ao explodir, não sobraria nada para contar história, nem mesmo a banda (Nada a frente, eu somente com meus olhos verei, cumprida a promessa que eu tanto esperei, não tenho pressa, existe o tempo pra semear e eu colherei aquilo que eu plantar, e eu mal comecei...).
Hoje Rodolfo dedica-se a uma carreira estritamente gospel, e os outros músicos aos seus projetos solos. Uma pena que a passagem do Rodox tenha sido tão rápida quanto à velocidade em que eles eram capaz de tocar e empolgar.
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