sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Tom Zé em Danç-Êh-Sá


O show Danç-Êh-Sá e o cd homônimo foram colocados pelos críticos paulistas, entre os melhores do ano. O show de lançamento do cd no Rio de Janeiro aconteceu em maio no Circo Voador. Agora, o hômi retorna ao palco para exibir o filme que desconstruiu mentes: "Fabricando Tom Zé", dia 26 de janeiro. Quem perdeu no cinema pode ver aqui, já que ainda não foi lançado em dvd. Abrindo a bagunça, Cidadão Instigado.
Diz Tom Zé: "O repertório do espetáculo é composto por peças do disco Danç-Êh-Sá, acompanhadas de canções anteriores minhas, como referência paradoxal." O novo disco do compositor tem interessado os que procuram uma música que inove conceitos. É importante destacar o caráter dançante das peças, que dá vez e voz ao corpo. Afinal, a inspiração para a musicalidade do disco veio da África, nossa rítmica mãe étnica.
Apresentando músicas como "Atchim" e "Abrindo as Urnas", inspiradas pelas nações negras que formaram o Brasil, Tom Zé e sua banda mostram uma liberdade que busca constantemente as transformações artísticas e a diversão do público. Tradições teatrais e jogos lúdicos populares moram nos gestos deste artista de incomum inquietude.
Danç-Êh-Sá, cd no qual se baseia o show, nasceu de uma pesquisa de marketing que afirma que parte da juventude brasileira se comporta de maneira consumista/egoísta, sem dar a mínima para a solidariedade. Mas Tom Zé não aceita que a juventude se limite a ser causa e efeito de ações de mercado. Disco e show dizem aos jovens que "Somos negros, herdeiros do sacrifício de muitas nações africanas, cujo sangue depurou a arte e a religião das três Américas; ouçam o samba, a Tropicália, o rock, o soul, o hip hop. É isso que vocês dançam e cantam, é sua herança." E nossa alegria tem esse cimento para fortalecê-la, afirma o compositor.

Apesar do preço salgado, vale a pena pela figuraça que é Tom Zé, e pelo seu enorme talento no palco.

Ficha técnica:
Tom Zé e seu heterônimo, DJ Tão Zé: voz e intervenções
Lauro Léllis: bateria
Cristina Carneiro: teclados e voz
Jarbas Mariz: percussão, cavaco, violão de 12 cordas e voz;
Sérgio Caetano: guitarra e voz
Daniel Maia: baixo e voz
Luanda: voz e teclado programado

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