Quando as luzes do Canecão se apagaram, e os primeiros acordes da sinfônica "Unfinished Allegro" começaram a soar, o público, que compareceu em massa, já devia ter certeza que a noite seria especial. Afinal, no mesmo palco pisariam as duas maiores bandas do metal brasileiro: Angra e Sepultura.
A missão de dar as boas vindas foi dada ao Angra, que abriu a noite, assim como aconteceu nos primeiros shows da turnê. Após a introdução instrumental o quinteto emendou as músicas “Carry On”, “Nova Era” e “Waiting Silence”, seguindo o mesmo roteiro apresentado em São Paulo e Porto Alegre. Edu Falaschi (vocais), Kiko Loureiro (guitarra), Rafael Bittencourt (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Ricardo Confessori, que reassumiu o posto de baterista, esbanjaram energia, simpatia e entrosamento.
A volta do Angra aos palcos fez muito bem para todos os músicos, e caiu como um presente para os estudantes Caio Tavares e Antônio Miranda, ambos de 18 anos, e que pela primeira vez puderam ver de perto os ídolos. Em quase um hora e meia de show o Angra não deixou de fora do repertório, músicas como "Heroes of Sand", "Angels Cry", "Angels and Demons", "Make Believe". Antes de dar a vez para o Sepultura, o Angra ainda tocou os hinos "Rebirth" e "Nothing to Say”, cantadas em coro, durante o bis.
Um pequeno intervalo e lá estava no palco o maior nome do thrash metal nacional. Sob a tutela do guitarrista Andreas Kisser e do baixista Paulo Jr, remanescentes da formação original, o Sepultura segue firme e forte, e chega aos 25 anos de estrada com sua formação renovada, com o frontman Derrick Green (vocal) e Jean Dolabella (bateria), aquisição mais recente.
Antes de destrinchar clássicos como “Arise”, Inner Self, “Escape to The Void” e “Troops of Doom” o grupo começou com músicas do álbum mais ano “A-Lex”, lançado esse ano. O início da apresentação foi avassalador. Após a intro "A-Lex IV", "Moloko Mesto", "Filthy Rot" com Derrick fazendo percussão no tambor e "What I Do!".
É bem verdade que com a ausência dos irmãos Cavalera, o Sepultura não tem mais o mesmo simbolismo de outros tempos. Mas mesmo sem precisar, o quarteto prova porque é uma das bandas brasileiras mais reconhecidas no exterior e amada no Brasil. O bis teve direito, ainda, a uma palhinha do guitarrista Andreas Kisser, cantando “Polícia”, do Titãs, depois Derrick reassumiu os vocais para fechar com Roots Bloody Roots.
Já era madrugada de sábado e muitos fãs não tinham nem mais pernas para pular, quando o Angra e Sepultura retornaram ao palco para tradicional jam session. O grand finale se deu com "Immigrant Song", do Led Zeppelin, e "Paranoid” do Sabbath, com os integrantes das duas bandas em cima do palco. Apenas Jean Dolabella e Ricardo Confessori que precisaram se revezar, já que nessa altura só havia uma bateria no palco.
*Colaborou com essa cobertura Thiago Nogueira.
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