Foi-se o tempo em que os artistas sonhavam em começar uma carreira sendo descobertos por uma gravadora famosa, para lançar o 1º disco sob o aval e com toda a infra-estrutura oferecida por uma grande empresa da indústria fonográfica. A crise que atingiu, em cheio, às gravadoras, levou músicos, produtores e empresários a repensar a relação banda – gravadora.
O avanço tecnológico e as facilidades de gravar o próprio trabalho no esquema “home estúdio” trouxeram também novas exigências. Hoje, mais do que ter um trabalho pronto, é preciso ter uma história na cena alternativa para começar a despertar o interesse dos empresários e então conseguir lugar em uma gravadora de porte. Foi o que aconteceu com a extinta banda brasiliense Alma D´Jem, que só depois de alguns anos no mercado independente foi convidada a fazer parte do casting da EMI – uma das maiores gravadoras em atividade.
Não por acaso, o que vemos hoje é um movimento inverso: bandas deixando gravadoras para criar selos próprios e retornar à carreira independente. Mais do que minimizar custos, a estratégia utilizada por alguns grupos como o Natiruts e agora mais recentemente o Pearl Jam, dá mais autonomia e liberdade aos músicos. O Pearl Jam, que lançará no próximo dia 20 "Backspacer", álbum mais novo, comemora o fato de “finalmente cumprir com o antigo desejo de divulgar suas músicas por conta própria, sem a ajuda de uma grande gravadora”, divulgou a Agência Reuters, no início dessa semana.
O fato é que a relação entre gravadoras e bandas nunca foi muito estável. Se por um lado os artistas tinham maior alcance na mídia, com o suporte das gravadoras, por outro, muitas vezes viam-se obrigados a trabalhar sobre pressão para atender apenas ao interesse comercial que move, na maioria das vezes, a indústria fonográfica.
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