Na noite da última terça-feira (2), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou por unanimidade o projeto de lei que transforma o funk em um movimento cultural e musical de caráter popular. O texto, de autoria dos deputados estaduais Marcelo Freixo (PSol) e Wagner Montes (PDT), seguirá para o governador Sérgio Cabral, que terá 15 dias úteis para sancioná-lo.
Para os autores, o projeto tira o funk da marginalidade ao promovê-lo a movimento cultural. Dessa forma, “o funk deixa de ser tratado pela polícia para ser tratado pela cultura”, declarou Freixo. O projeto de lei aprovado assegura a realização de manifestações próprias relacionadas ao funk. De acordo com a norma, os assuntos relativos ao estilo musical devem ser prioritariamente da competência de secretarias ou outros órgãos ligados à cultura. O texto também proíbe qualquer tipo de discriminação e preconceito contra o funk.
Sem dúvida, reconhecer o funk como um movimento cultural é um ato muito importante não apenas para o Estado do Rio de Janeiro, mas principalmente para quem gosta do ritmo, que por vezes é denegrido. Mas isso não quer dizer que agora todos serão obrigados a adorar o ritmo. Afinal, reconhecer o Funk como movimento cultural em nada muda a imagem negativa por vezes associada ao ritmo e não o faz música de qualidade, ainda que esse conceito seja bem subjetivo. Apesar da batida contagiante, alguns cantores acabam colaborando para uma “negativização”, a partir do momento em que tratam temas sérios, como violência, sexo e drogas, de maneira banal.
O pré-conceito (pré-conceito mesmo e não preconceito) não está associado ao fato de ser um som que veio da favela, de preto ou pobre, como insistem aqueles que fazem o ritmo, mas sim ao fato do próprio Funk, que um dia já foi muito mais inocente e sincero (lembram do “Rap do Silva?”), ter enveredado para um lado bem mais sombrio.
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