1/4 de século de uma cena memorável

Desde que me entendo por gente, o Sr. Mike Portnoy foi o responsável por uma légua de músicas que embalaram a adolescência roqueira deste que vos escreve. É ainda com dor no coração que escrevo estas linhas. Pode parecer mentira mas é verdade: O gênio da bateria por trás do Dream Theater deixou o barco rumo a novo e desbravadores lugares.

Quem disse isso não foi nenhum Nelson Rubens ou Leão Lobo da imprensa gringa. Foi o próprio Portnoy que anunciou num comunicado pelo twitter e logo após em oficial pelo site do DT. Era o fim de uma carreira de um dos gigantes do metal progressivo, banda da qual foi fundador há 25 anos. Aparentemente, o que se percebe é que as relações entre o quinteto de virtuosos acabou minguando nos últimos tempos.

“Estou a escrever sobre algo que nunca imaginei vir a escrever. Depois de 25 anos, decidi deixar o Dream Theater, a banda que fundei, liderei e realmente adorei durante um quarto de século. Para muitas pessoas isto vai ser um choque e até deverá ser mal compreendido por muitos outros. Mas espero que acreditem que isto não foi uma decisão precipitada. É algo com o qual venho a lutar há um ano... Depois de ter passado por experiências maravilhosas com o Hail!, Transatlantic e Avenged Sevenfold, durante o último ano, cheguei à conclusão triste de que não só é mais divertido, como as relações pessoais com estes projetos são melhores do que as que tenho neste momento com o Dream Theater. Não me interpretem mal. Eu adoro o Dream Theater. Temos uma história longa de amizade e cumplicidade (...) Mas preciso mesmo de fazer uma pausa porque a máquina Dream Theater estava me consumindo. A saída é a única hipótese, se quero preservar a minha relação com os outros membros e manter o meu espírito Dream Theater vivo e faminto”, declarou o baterista em nota.

Portnoy foi responsável por 10 álbuns com a banda que o popularizou na comunidade de músicos e o público em geral. O mais recente, "Black Clouds & Silver Linings", foi lançado ano passado. A banda já anunciou que vai continuar sem um dos seus fundadores, o primeiro dos três membros originais a abandonar o grupo - os outros são John Petruci e John Myung.

Em contrapartida, os remanescentes soltaram a seguinte nota: “Como estava planejado, vamos lançar um novo álbum em breve, ao qual se seguirá uma digressão mundial. Todos nós do Dream Theater, desejamos o melhor dos futuros no novo percurso musical do Mike”, diz o comunicado oficial.

A repercussão da notícia entre os fãs brasileiros do Dream Theater fez com que o assunto fosse para os "trending topics" (lista de assuntos mais comentados no Twitter) do Brasil. Talvez seja a ponta do Iceberg para o fim de um grupo que marcou gerações de músicos e que, provavelmente, a partir de hoje, sentem como se estivessem órfãos de um ente querido.

Por Marcus Vinicius Leite