terça-feira, 15 de março de 2011

Um baterista chamado Joe Morello


O cara começa a estudar determinado assunto e logo se acha um especialista, destes que falam mais alto no bar para impressionar as mesas vizinhas. Não sou de chamar a atenção no boteco mas confesso que estou empolgadíssimo com as aulas de bateria que iniciei faz três meses. A paixão pelo instrumento, guardada por tantos anos – e já são tantos – aflorou logo nas primeiras viradas que aprendi com o mestre Luiz Makarra. Junto com ela, a curiosidade de saber mais sobre sujeitos como Steve Gadd, Charlie Watts e tantos outros. No fim de semana, mais precisamente no sábado, tive o grande prazer de ver e ouvir no Youtube os solos de Joe Morello nas músicas “Take Five” e “Blue Rondo a la Turk”. Coincidência: no exato momento em que ele me me encantava no plano virtual, Morello – sem me pedir qualquer autorização - morria no mundo real, aos 82 anos.

Dono de um estilo que fugia aos tolos rótulos da crítica especializada (especializada em dar opinião sobre tudo) o integrante do Dave Brubeck Quartet era capaz de “destruir” na bateria com as palmas das mãos – sem as “desnecessárias” baquetas – ou tamborilar em compassos até então nunca inventados. Se eu apelasse para o Google poderia dizer que ele tocou com diversos nomes da riquíssima música norte-americana, mas fiquei sem inspiração para conjugar o verbo “googar”. Quando menino, Morello – que tinha tudo para ser o spalla da orquestra Sinfônica de Boston – desistiu do violino. Imagina o que ele deve ter ouvido da Senhora Morello, além de ficar sem a mesada. Garoto bom taí.

Por Claudio Carneiro

5 comentários:

  1. Sempre um grande texto, Claudinho. E, agora, mais essa: quer virar baterista?! Mto bem! 'Alemão'vai passar looonge!!! rsrs Bjs & abs

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  2. Claudio diz que começou com bateria agora para justificar seu fraco desempenho (rs), mas este "talento" já vem desde a adolescência, quando fazia um barulho danado nas costas dos violões que sobravam e eram transformados em percussão pelos que tinham menos dotes musicais nos nossos encontros da galera (na época usavamos o nome "turma")
    Bons tempos, né Claudinho?

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  3. A primeira aula de bateria do Claudio foi um presente de Natal da filha Julia. Além de ótimo redator e jornalista, o cara é um pai exemplar.

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  4. Selma é minha locutora preferida. O Walter é meu irmãozinho desde a adolescência. Roberta é minha mulher querida e maior incentivadora. Esse blog está muito bem frequentado
    Claudio Carneiro

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