Dois milhões de reais. Esse foi o valor pago pela Gillette (ainda que não divulgado oficialmente) para que o vocalista do Chiclete Com Banana, Bell Marques, tirasse sua barba, “cultivada” há trinta anos.
Mais do que mudar o visual, o que Bell Marques fez, além de rechear a própria conta bancária, foi tentar reavivar um pouco a apagada marca Chiclete Com Banana. Quem acompanha o carnaval de Salvador de perto, sabe que nos últimos dois anos o Chiclete não conseguiu emplacar nenhum hit, apesar de continuar sendo a banda mais procurada e mais cara do carnaval baiano. Tirar a barba foi mais uma sacada do marqueteiro e mercenário Bell Marques. Pois como diz o ditado, pagando bem, que mal tem?
Sabe – se, porém, que mesmo sem barba, o projeto de cantor continua mascarado. A máscara do sorridente e simpático cantor esconde um profissional preocupado apenas com o próprio bolso e nada envolvido com questões sociais. Enquanto um folião desembolsa 800 reais por dia para estar dentro do Camaleão, o principal bloco do Chiclete Com Banana em Salvador, um cordeiro, responsável por garantir a segurança de quem tem dinheiro para ficar dentro das cordas, ganha apenas 15 reais por dia. Isso quando recebe, já que todo ano os cordeiros são obrigados a lutar para receber seu sacrificado trocado, após a festa.
Bell Marques é o responsável por muitas mudanças no carnaval de Salvador. Talvez seja culpa dele a segregação cada vez maior na festa. Camarotes luxuosos e blocos com preços exorbitantes fazem do carnaval baiano uma festa cada vez menos popular (no sentido democrático da palavra). Afinal, enquanto há quem ganhe milhões durante seis dias de festa, há quem se humilha para garantir pelo menos o pão da quarta-feira de cinzas.
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