“Hoje foi um dia lindo, e a noite vai ser ainda mais linda", disse, em português, Eddie Vedder, pouco depois do início do show. De fato, em mais de duas horas e meia de show, a banda manteve o público aceso sem em nenhum momento deixar de ser fiel às suas raízes.
Tinha tudo para dar errado: sem hotel, sem transporte, vôo atrasado e um emprego novo que não me dava certeza de folga no dia nove de novembro. E essa é só uma das histórias que as gerações futuras ouvirão daquele que foi o dia “D” no Estádio Vila Capanema, em Curitiba.
Cada uma daquelas 27 mil pessoas presenciou algo nunca visto na turnê do quinteto de Seattle: 32 músicas, o maior setlist até então deste que foi a quarta apresentação em terras brasileiras.
Quem abre os shows do Pearl Jam no Brasil é o veterano grupo X, um dos grandes representantes do punk rock da década de 1970, formado pela vocalista Exene Cervenka (carinhosamente apelidada de Susan Boyle - vide foto) e pelo baixista John Doe.
Conhecidos pela troca constante na ordem das músicas, o Pearl Jam seguiu a tradição ao abrir com “Go, o primeiro single do “Vs.” Partiram logo para Arms Aloft”, cover do Mescaleros.
E as mudanças não pararam por aí, vieram no pacote para a capital paranaense: “In Hidding”, que particularmente é uma de minhas favoritas, “Red Mosquito”, e “Footsteps” a quase esquecidas pelos fãs mais fervorosos. “Hits como “Black”, “Even Flow”, Jeremy” e Alive” marcaram presença, além de “Baba O’Riley”, do The Who.
Outro ponto alto foi em Just Breathe, música que Vedder dedicou a Leandro de Souza Peixoto, veterinário cadeirante que assistiu ao show em 2005 aqui. E nesse momento, um filme da minha vida se passou durante quatro minutos. Chorei. E não foi um choro qualquer. As mães de recém-nascidos poderiam ficar com certa inveja das lágrimas constante que me perseguiam show afora.
Lembrei de vários amigos, amores e alogozes. Tudo junto e misturado em um liquidificador ligado a 220 volts regado aos riffs de Gossard e Mccready.
Para a surpresa geral, “Olé” veio como aperitivo do novo álbum. E acha que acabou por aí? Os versos de Setting Forth embalaram os curitibanos :
“Being, no concern/Point of no return/Go forward and reverse/This I will recall/Yeah, every time I fall... Keep setting forth in the universe” trechos da canção da carreira solo do vocalista Eddie Vedder, que faz parte da trilha sonora do filme “Na Natureza Selvagem”, de Sean Penn, também entrou no set.
Em 2h30 de show, a banda mostrou uma jovialidade invejável para quem está tanto tempo na estrada. Apesar de não arriscar sua vida pulando de grandes alturas como fazia no começo da carreira, a energia de Vedder ainda é bastante presente.
O cantor pula, aposta corrida com o guitarrista Mike McCready e se pendura nos cantos do palco para observar e acenar para a plateia.
Agora, a turnê comemorativa dos 20 anos do Pearl Jam segue para Porto Alegre, na última parada em solo brasileiro. O grupo se apresenta no Estádio Zequinha, amanhã, dia 11. Depois, o giro segue em Buenos Aires, na Argentina, dia 13; Santiago, no Chile, dia 16; Lima, no Peru, dia 18; San Jose, na Costa Rica, dia 20; e Cidade do México, no México, dia 24.
Veja abaixo o set list completo do show desta quarta, em Curitiba:
1- Go/2- Arms Aloft/3- Animal/4- Olé/5- Why Go/6- Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town/7- Corduroy/8- Given To Fly/9- Dissident/10- The Fixer/11- Even Flow/12- In Hiding/13- Setting Forth/14- Not For You/15- Red Mosquito/16- Got Some/17- World Wide Suicide/18- Porch/19- Just Breathe/20- Off He Goes/21- Unthought Known/22- Breath/23- Supersonic/24- Black/25- Jeremy/26- Better Man/27- Leaving Here/28- Footsteps/29- Once/30- Alive/31- Baba O’Riley/32- Yellow Ledbetter
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