quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Muito além de Música Urbana


Criado em 1983 pelos irmão Fê e Flávio Lemos (bateria e baixo), e completado com Dinho Ouro Preto (vocal) e o ex-guitarrista Loro Jones, o Capital é um dos desdobramentos do extinto Aborto Elétrico. Depois de um disco de estréia primoroso, lançado pela extinta gravadora Polygram, em 1986, a banda rompeu as barreiras geográficas do Distrito Federal, e com ótimas críticas ganhou o resto do país. Desse álbum saíram alguns clássicos executados até hoje, como "Música Urbana", "Psicopata", "Fátima", "Veraneio Vascaína" e "Leve Desespero".

Depois disso, já com uma enorme pressão da mídia da época, a banda conheceu muito mais do que o sucesso e, apesar de ainda emplacar outros hits como “Independência”e "Prova" (1987), "Pedra Na Mão" e "Fogo" (1988), "Mickey Mouse em Moscou" e "Belos e Malditos" (1989), passou a conviver também com duras e pesadas críticas. Novas divergências levaram à saída do emblemático vocalista Dinho Outro Preto, em 1993. É inevitável, mas a saída do vocalista original fez com que a banda perdesse muito. Resultado: até 1998 a banda amargou 5 anos longe da mídia, sem conseguir emplacar novos hits, como fazia no passado.
A formação original se reencontrou em 1998. Após o lançamento, pela Polygram, do CD “O Melhor do Capital Inicial”, Dinho Ouro Preto, Loro Jones, Fê Lemos e Flávio Lemos voltam à estrada com um novo show, uma comemoração aos 15 anos da banda e aos 20 anos do nascimento do rock candango. Depois de um ano em turnê, 1999 chega e marca de vez o retorno do Capital ao estrelato. Com o álbum Acústico MTV, a banda resgatou velhos e conquistou novos fãs, vendendo mais de um milhão de cópias.

O retorno triunfal veio também com uma nova mudança. A experiência dos anos não fez com que os músicos perdessem o vigor e energia durante as apresentações ao vivo. Mas o passar dos anos trouxe mais do que cabelos brancos. A atitude punk – rock do início dos anos 80 já não existia mais, e um novo Capital, versando com outras “praias” do rock e do pop, chegou ao ano 2000.
Após a turnê "desplugada", o guitarrista Loro Jones deixa a banda, que imediatamente convoca Yves Passarel (ex-Viper) para assumir o posto e lança o disco “Rosas e Vinho Tinto” (2002). Daí em diante mais hits da banda ganharam as rádios, como "A Sua Maneira" e "Mais", "A Vida é Minha (E eu Faço o que eu Quiser)", "Eu e Minha Estupidez", "Aqui", "Eu Nunca Disse Adeus" (2007).
Provando que conseguiu sobreviver às crises e evoluir musicalmente, o Capital completa 25 anos de carreira em 2008. Para comemorar o aniversário, nada melhor do que retornar à sua casa e local de origem, Brasília, Esplanada dos Ministérios. No local onde tudo começou a banda fez um memorável show, no dia 21 de abril, para mais de um milhão de pessoas. O projeto, em parceria com o canal Multishow resultou no cd e DVD “Multishow: Ao Vivo”.

Entre tantos altos e alguns baixos, o Capital sobreviveu à crise da indústria fonográfica. Ainda que muitos discordem da tática usada pelo grupo, a verdade é que chegar às Bodas de Prata com tamanho sucesso e poucas mudanças na formação original, não é privilégio de muitas bandas brasileiras. Resta agora esperar para ver até quando mais vai o fôlego do incansável Dinho Ouro Preto e companhia. Como diria o vocalista, “vamo lá moçada!!!”.

Um comentário:

  1. De alguma forma minha voz está no meio do coro que acompanha esse magnifico show!

    Histórico!

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